quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Alguns relacionamentos são produtivos e felizes. Outros são limitantes e inférteis. Infelizmente, há de ambos os tipos, e de outros que nem cabe aqui exemplificar. O cardápio é farto. Mas o que será que identifica um amor como saudável e outro como doentio? Em tese, todos os amores deveriam ser benéficos, simplesmente por serem amores. Mas não são. E uma pista para descobrir em qual situação a gente se encontra é se perguntar que espécie de mulher e que espécie de homem a sua relação desperta em você. Qual a versão que prevalece? A pessoa mais bacana do mundo também tem um lado perverso. E a pessoa mais arrogante pode ter dentro de si um meigo. Escolhemos uma versão oficial para consumo externo, mas os nossos eus secretos também existem e só estão esperando uma provocação para se apresentarem publicamente. A questão é perceber se a pessoa com quem você convive ajuda você a revelar o seu melhor ou o seu pior. Você convive com uma mulher tão ciumenta que manipula para encarcerar você em casa, longe do contato com amigos e familiares, transformando você num bicho do mato? Ou você descobriu através da sua esposa que as pessoas não mordem e que uma boa rede de relacionamentos alavanca a vida? Você convive com um homem que a tira do sério e faz você virar a barraqueira que nunca foi? Ou convive com alguém de bem com a vida, fazendo com que você relaxe e seja a melhor parceira para programas divertidos? Seu marido é tão indecente nas transações financeiras que força você a ser conivente com falcatruas? Sua esposa é tão grosseira com os outros que você acaba pagando micos pelo simples fato de estar ao lado dela? Seu noivo é tão calado e misterioso que transforma você numa desconfiada neurótica, do tipo que não para de xeretar o celular e fazer perguntas indiscretas? Sua namorada é tão exibida e espalhafatosa que faz você agir como um censor, logo você que sempre foi partidário do “cada um vive como quer”? Que reações imprevistas seu amor desperta em você? Se somos pessoas do bem, queremos estar com alguém que não desvirtue isso, ao contrário, que possibilite que nossas qualidades fiquem ainda mais evidentes. Um amor deve servir de trampolim para nossos saltos ornamentais, não para provocar escorregões e vexames. O amor danoso é aquele que, mesmo sendo verdadeiro, transforma você em alguém desprezível a seus próprios olhos. Se a relação em que você se encontra não faz você gostar de si mesmo, desperta sua mesquinhez, rabugice, desconfiança e demais perfis vexatórios, alguma coisa está errada. O amor que nos serve e nos faz evoluir é aquele que traz à tona a nossa melhor versão.
Perca o ônibus por mim. Diga que vai esperar o próximo, mas quando o próximo passar, finja que não viu, não ouviu, não estava interessado no tempo. Quando tiver na hora de ir embora, peça com carinho pra que eu fique um pouco mais. Veja o dia virar noite em uma conversa besta e informal. Use a desculpa de que ainda é cedo ou ainda temos tempo sobrando - ainda temos nós. Deixe mil ônibus passarem, mas por favor, não me deixa passar. Fala, grita, segura com força a alça da minha bolsa, sei lá. Perde o assento principal na janela, mas não se perde de mim.
domingo, 9 de dezembro de 2012
É triste, porque o ano está quase acabando e eu ainda não fiz nada do que eu queria. Rotina cansativa, cobranças exageradas, deveres mil e duzentos problemas a serem resolvidos. Rotina trivial, sem sal e sem felicidade alguma. Levantar, escovar os dentes, comer, trabalhar, trabalhar e trabalhar. É triste, porque já se foi mais um ano da minha vida, do qual já foram gastos mais 12 meses. Mais 365 dias. É triste, porque essa rotina além de cansativa, me dá um desânimo inexplicável. É triste, pois de certa forma eu queria ter um tempo pra mim e pra todos os meus desejos. Nada de estresse, nada de problemas, nada de contas pra pagar, nada de opiniões sem valor, nada de dor de cabeça e nada de amores mal resolvidos. Um tempo pra mim. Sei lá, ficar uma semana em Londres é um dos meus desejos. Esquecer tudo e planejar a minha vida. Nada de decepções e nenhuma saudade em mente. Nenhum amor em mente. Quero me debruçar na janela e enxergar felicidade, não todos os meus deveres que deveria ter feito ontem, ou os que terei que fazer amanhã. É cansativo, pois de alguma forma eu acabo me perdendo. Eu me perco em todos os lugares, e independe do tempo, clima, horário e o raio que o parta. É triste, é cansativo. Cansativo não, exaustivo. É quase um ano já atravessado, assim, sem nenhuma conquista ou vitória. Mais um ano em vão, onde visa-se as resoluções dos problemas e a autoestima fica lá embaixo. Mais um ano perdido, onde em uma semana de regine, perde-se apenas 7 dias. É triste. E além de tudo e todos os problemas, é cansativo estar só. Digo, não que eu precise de alguém… É que seria melhor enfrentar as coisas com alguém. É confiança, é esperança, é motivação. Confiança porque tudo parece mais fácil e menos cansativo. Esperança porque parece tudo mais nítido, onde o fato, por pior que seja, pareça mais atingível ou superável. Motivação porque fazer tudo sozinha cansa, e de canseira já basta-me um ano inteiro. Mais um ano. Motivação porque gera esperança, onde gera confiança e amor. É um ciclo. O amor beneficia ambos. O amor beneficia os dois, assim que estejam se amando. Amando. A-m-a-n-d-o. Dou ênfase nisso porque já vi várias pessoas confundirem amor com um sentimento qualquer. Desculpa, mas amor não é somente comprar bijuterias. Amor não é somente estregar flores sem nenhum intuito de impressionar. Amor não é somente estar, e sim, ser estar e o mais importante: se doar. E foi-se mais um ano. 365 dias quase se passaram e eu ainda nem vivi o que tinha pra viver. 365 dias quase se passaram e eu apenas me preocupei. Atrasos, compromissos, aulas, trabalhos etc etc. Toda essa dor de cabeça e encheção de saco e de paciência. É cansativo. É exaustivo. 365 dias quase se passaram e os meus desejos e sonhos ainda continuam intactos. Um ano inteiro, gasto da pior maneira: com nada. Costumo dizer que anos assim eu não vivo, sobrevivo. E foi-se mais um ano. Um ano onde foi previsto felicidade, realizações e amores. Um ano que foi esperado para ser gasto com felicidade, e nesses quase 365 dias, o que foi gasto foi somente 365 dias.
domingo, 25 de novembro de 2012
Borboletas no estômago não existem mais, coração acelerado agora só desacelera, lembranças não vêm mais com tanta frequência ao sentir um perfume, você não é mais a primeira pessoa que eu procuro nas redes sociais todos os dias. Todos os meus pensamentos sobre você tornaram-se vagos, e nunca mais me senti ansioso ao imaginar um plano que te envolvesse. Mas eu sei que num primeiro sinal eu posso voltar a querer tudo de novo, só temo que isso aconteça. O que um amor vira depois que você desiste dele?
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Sofrer por amor é uma das coisas mais terríveis que existe. A gente pode tropeçar e cair de cara no chão, ralando a mão e os joelhos, mas isso não dói tanto quanto amar. Vez ou outra bato o meu dedinho do pé no canto do sofá, e é preferível quebrá-lo do que quebrar a cara em um relacionamento. Mas hoje em dia eu estou consciente sobre o quesito “amar”. Sei amar, mas também sei mandar catar coquinho. Sei ser carinhosa, mas também sei ser a pessoa mais irrelevante e grossa possível. Eu quase morri por amores errados e isso e aquilo. Mas se nós formos muito seletivos, a gente vê que todos foram e sempre serão muito descartáveis. Eu já quebrei a cara muitas vezes… Tanto em relacionamentos quanto em tombos. Hoje em dia eu prefiro quebrar a cara em um relacionamento ao dedinho do pé. A vida passa, e a gente sofre. Aprende. E mais que nunca, aprende que amor é amor, e quebrar dedos doem. A gente cresce. Eu quebro a cara, mas sempre parto pra outra, pra outra e pra outra. Porque mindinho do pé eu só tenho dois… Agora, amores eu tenho de sobra
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Um dia isso vai passar e eu vou sentir falta de não ser vazia e ser cheia de você. E quando isso passar, você vai perceber que você também sempre foi muito vazio, e naqueles momentos que eu demonstrava o quanto gostava de você, seu coração era menos infeliz. Você vai perceber que embora todos os seus amigos te chamassem pra sair, eles sabiam que você se sentiria melhor se me ligasse e marcasse algo comigo. Mas eles nunca te disseram isso, porque sabiam que você não daria bola. A sua maior percepção do passado, vai ser notar que eu sempre fico sentada quando estou perto de você, porque minhas pernas estão sempre cambaleando e eu não sei qual é a esquerda e vice-versa. Você vai perceber que eu sempre olhava dentro dos teus olhos enquanto nos falávamos, e depois olhava pro teu sorriso. E em seguida, baixava a cabeça. Vai perceber que eu ficava sem fala e sem reação quando você chegava, e que eu sempre desviava nos caminhos só pra caminhar do teu lado. Vai perceber que mesmo entre milhões de pessoas, eu sempre ficava te procurando, e você vai sentir falta disso. Porque a partir de agora, todas as pessoas, mesmo estando perto de você, estarão à procura de outras, e assim por diante. Elas nunca estarão completas por estar ao seu lado, e a sua mediocridade vai tomar conta do seu peito e perceber que eu te dei tanta importância, que acabei sendo a pessoa mais importante. Mas você não teve a capacidade de perceber isso enquanto era tempo… Eu não quero que esse dia chegue, porque, eu não quero deixar de sentir. Mas do jeito que as coisas andam, eu mesma ando percebendo que você vai me perder quando menos esperar, ainda que eu não queira. Eu posso continuar alimentando todo e qualquer tipo de sentimento aqui por dentro, mas se você não cuidar deles, meu bem… Eles vão acabar indo embora. E nenhum de nós vai ser bom o suficiente pra buscá-los de volta, eles vão se perder no tempo e diante da brisa. A brisa… A brisa me lembra tanto você. Você que desaparece repentinamente e me deixa morrendo de preocupação. E, lá na frente, quando isso chegar ao fim, você vai perceber também que nem a sua mãe deseja tanto o seu bem quanto eu desejo, e mesmo que no futuro eu esteja longe, vou continuar desejando. A diferença é que você não terá mais chances de olhar pra mim e me agradecer por ter sido sempre tão prestativa e sempre tão única na tua vida. Você, que manteve um único relacionamento duradouro a vida toda, e acha que nunca mais acontecerá, sabe que eu fui a única que realmente gostou de você. Você vai olhar pro seu passado e se perguntará um milhão de vezes por que é que você deixou tanta coisa passar por medo de não viver o presente, esquecendo que eu também fazia parte dele. E nem que você não queira, você vai chorar. E vai ter medo do que vai vir pela frente, porque eu não estarei mais ali. E quem é que vai rezar por você? Quem vai juntar família, amigos, professores e colegas pra rezar por você? Quem vai passar dias e noites estudando matemática só pra ver se consegue te ajudar? E você vai ver também, que por mais que você tente se apegar a outra pessoa pra ver se consegue me substituir, nenhuma delas vai ser boa o suficiente, nenhuma delas vai ter o mesmo sorriso e nenhuma delas vai dizer de cinco em cinto minutos o quando você é linda, importante e especial. Por mais que você odiasse isso, todo esse carinho e esse amor excessivo que eu sempre tive, você vai sentir uma falta imensa e dolorosa, porque ninguém mais dirá que te ama. E, os que disserem, você vai perceber logo que cara que não é de verdade e não tem a metade da intensidade que os meus sentimentos tinham. Você vai passar em frente a minha casa e perguntar às pessoas onde é que eu me encontro, eu ainda vou morar ali, porque você sabe, não troco minha casa por nada no mundo. (antes eu até trocaria por uma casa só nossa, mas você me deixou ir muito cedo) e você vai me chamar, vai bater palmas, vai tocar pedras na janela e verá minha sombra pelo vidro da porta. As suas esperanças de que eu abra e deixe você entrar farão um sorriso instantâneo brotar no seu rosto. Esperará um minuto, dois, três, vinte se duvidar… Mas eu não vou aparecer. Eu, vou estar sentada no cantinho da sala chorando. De felicidade, porque você vai me procurar, e eu vou ficar feliz demais por isso, porque eu fiz certo. Deus, eu fiz certo, você percebeu que me amava. Mas eu vou te deixar lá sozinho, nem que você durma lá fora esperando com que a minha pedra de gelo no lugar de coração amoleça. E sabe por quê? Porque você disse que eu nunca seria boa o suficiente, e por mais que vá estar ciente de que você se arrependeu de ter proferido tais palavras, eu ainda vou ter duvidas, porque você deixou essas palavras grudadas na minha cabeça. Você pode adormecer na rua, e espero que não passe frio, porque odeio saber que você ta gripada, tuas gripes sempre duram muito. Então eu vou te aconselhar desde já, a ir pra casa. Porque, meu bem, as portas da minha casa se fecharam pra você. E eu sinto muito por isso, juro que sinto. E aí você vai sentir falta de quando eu te convidava pra ir na minha casa, e você sempre recusava meus convites por ter medo que aquilo fosse alimentar as minhas esperanças. Você vai sentir falta das vezes que me chamava de anja, mesmo sem segundas intenções, porque agora você só vai poder sussurrar isso pra você mesmo. “Ela foi uma anja na minha vida…” E mesmo não querendo, você vai chorar de novo. E no outro dia também. E no outro, e no outro, e no outro. E assim, sucessivamente. Eu sei que lágrimas doem e às vezes você terá que fazer uma certa força, porque por pura ingenuidade você acha que ela vai arrancar a dor de você. Ela não arranca, na verdade, mas depois que todas elas saem, dá um certo alívio. Você vai olhar pra trás e vai perceber os meus esforços pra te fazer rir, e você sempre os ignorava, você nunca riu das minhas piadas e nunca achou graça em nenhuma atitude minha. Você sempre me achou infantil e um dia vai acabar sentindo falta disso, porque era na minha infantilidade que você encontrava um pouco de espaço pra libertar aquilo que vivia cravado dentro de você. Essa sua infantilidade encantadora que você esconde do mundo por medo de ninguém gostar, mesmo sabendo que eu a amo e que foi assim que eu comecei a te amar. Um dia, meu bem, eu não vou mais estar disponível pra você. E isso não significará que eu não te amo mais, pelo contrário. Então, deixo contigo a saudade, e que você faça bom uso dela.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Você precisa fazer alguma coisa, as pessoas dizem. Qualquer coisa, por favor, as pessoas dizem. O que não dá é pra ficar assim. Nem que seja piorar, nem que seja enlouquecer. Olho o rosto das pessoas. Tem os ossos, dai tem a parte de dentro. Tem os olhos e tem o fundo dos olhos. Da boca saem esses sons. De repente alguém encosta em mim. Pra perguntar com o quentinho da mão se estou ouvindo e entendendo. Sorrio e torço pra pessoa ir embora. Torço pra alguém chegar, só pra torcer bem pouquinho por algo. Mas dai a pessoa começa a falar e torço pra pessoa ir embora. Não tem o que fazer, não tem o que dizer, não tem o que sentir. Sou uma ferida fechada. Sou uma hemorragia estancada. Tenho medo de deixar sair uma letra ou um som e, de repente, desmoronar.Quando toca uma música bonita, minha ironia assovia mais alto. Um assovio sem melodia. Um assovio mecânico mas cuidadoso, como tomar banho ou colocar meias. Outro dia tentei chorar. Outro dia tentei abraçar meu travesseiro. Não acontece nada. Eu não consigo sofrer porque sofrer seria menos do que isso que sinto. Tentei falar. Convidei uma amiga pra jantar e tentei falar. Fiquei rouca, enjoada, até que a voz foi embora. Tentei aceitar o abraço da minha amiga, mas minha mão não conseguiu tocar nas costas dela. Não consigo ficar triste porque ficar triste é menos do que eu estou. Não consigo aceitar nenhum tipo de amor porque nenhum tipo de amor me parece do tamanho do buraco que eu me tornei. Se alguém me abraçar ou me der as mãos, vai cair solitário do outro lado de mim.Se eu pudesse usar uma metáfora, diria que abriram a janela do meu peito e tudo de bom saiu voando. Eu carrego só uma jaula suja e escura agora. Se eu pudesse usar uma metáfora, eu diria que tiraram as rodinhas dos meus pés. Eu deslizava pelo mundo. Era macio existir. Agora eu piso seco no chão, como um robô que invadiu um planeta que já foi habitado por humanos. Mas eu não posso usar metáforas porque seria drama, seria dor, seria amor, seria poesia, seria uma tentativa de fazer algo. E tudo isso seria menos.Não briguei mais por você, porque ter você seria muito menos do que ter você. Não te liguei mais, porque ouvir sua voz nunca mais será como ouvir a sua voz. Não te escrevo porque nada mais tem o tamanho do que eu quero dizer. Nenhum sentimento chega perto do sentimento. Nenhum ódio ou saudade ou desespero é do tamanho do que eu sinto e que não tem nome. Não sei o nome porque isso que eu sinto agora chegou antes de eu saber o que é. Acabou antes do verbo. Ficou tudo no passado antes de ser qualquer coisa. Forço um pouco e penso que o nome é morte. Me sinto morta. Sinto o mundo morto. Mas se forço um pouco mais, tentando escrever o mais verdadeiramente possível, percebo que mesmo morte é muito pouco. Eu sem nome você. Eu sem nome nós. Eu sem nome o tempo todo. Eu sem nome profundamente. Eu sem nome pra sempre.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
É triste, porque o ano está quase acabando e eu ainda não fiz nada do que eu queria. Rotina cansativa, cobranças exageradas, deveres mil e duzentos problemas a serem resolvidos. Rotina trivial, sem sal e sem felicidade alguma. Levantar, escovar os dentes, comer, trabalhar, trabalhar e trabalhar. É triste, porque já se foi mais um ano da minha vida, do qual já foram gastos mais 12 meses. Mais 365 dias. É triste, porque essa rotina além de cansativa, me dá um desânimo inexplicável. É triste, pois de certa forma eu queria ter um tempo pra mim e pra todos os meus desejos. Nada de estresse, nada de problemas, nada de contas pra pagar, nada de opiniões sem valor, nada de dor de cabeça e nada de amores mal resolvidos. Um tempo pra mim. Sei lá, ficar uma semana em Londres é um dos meus desejos. Esquecer tudo e planejar a minha vida. Nada de decepções e nenhuma saudade em mente. Nenhum amor em mente. Quero me debruçar na janela e enxergar felicidade, não todos os meus deveres que deveria ter feito ontem, ou os que terei que fazer amanhã. É cansativo, pois de alguma forma eu acabo me perdendo. Eu me perco em todos os lugares, e independe do tempo, clima, horário e o raio que o parta. É triste, é cansativo. Cansativo não, exaustivo. É quase um ano já atravessado, assim, sem nenhuma conquista ou vitória. Mais um ano em vão, onde visa-se as resoluções dos problemas e a autoestima fica lá embaixo. Mais um ano perdido, onde em uma semana de regine, perde-se apenas 7 dias. É triste. E além de tudo e todos os problemas, é cansativo estar só. Digo, não que eu precise de alguém… É que seria melhor enfrentar as coisas com alguém. É confiança, é esperança, é motivação. Confiança porque tudo parece mais fácil e menos cansativo. Esperança porque parece tudo mais nítido, onde o fato, por pior que seja, pareça mais atingível ou superável. Motivação porque fazer tudo sozinha cansa, e de canseira já basta-me um ano inteiro. Mais um ano. Motivação porque gera esperança, onde gera confiança e amor. É um ciclo. O amor beneficia ambos. O amor beneficia os dois, assim que estejam se amando. Amando. A-m-a-n-d-o. Dou ênfase nisso porque já vi várias pessoas confundirem amor com um sentimento qualquer. Desculpa, mas amor não é somente comprar bijuterias. Amor não é somente estregar flores sem nenhum intuito de impressionar. Amor não é somente estar, e sim, ser estar e o mais importante: se doar. E foi-se mais um ano. 365 dias quase se passaram e eu ainda nem vivi o que tinha pra viver. 365 dias quase se passaram e eu apenas me preocupei. Atrasos, compromissos, aulas, trabalhos etc etc. Toda essa dor de cabeça e encheção de saco e de paciência. É cansativo. É exaustivo. 365 dias quase se passaram e os meus desejos e sonhos ainda continuam intactos. Um ano inteiro, gasto da pior maneira: com nada. Costumo dizer que anos assim eu não vivo, sobrevivo. E foi-se mais um ano. Um ano onde foi previsto felicidade, realizações e amores. Um ano que foi esperado para ser gasto com felicidade, e nesses quase 365 dias, o que foi gasto foi somente 365 dias.
domingo, 2 de setembro de 2012
Que setembro seja...
não sei o que posso colocar em três pontos de tantas imaginações, uns diálogos prontos acho que bastariam. Mas, tenho que bolar planos para minhas cenas de cada dia da semana. Acho que pedir que seja doce não completaria minhas expectativas para tal momento. Eu não sei o que quero, apenas posso pedir continuação ou nem estou a ponto de pedir. Não saí do quarto para ver como o céu está se comportando ao novo mês, nem fui capaz de olhar pro espelho para ver como eu estou. Eu prefiro que seja agridoce, traga-me o doce que todo mês eu peço e traga um amargo junto, eu preciso passar pelo amargo e aprender. Aprender o que pedir nos outubros de minha vida.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
“E se amanhã a noite
eu precisar te encontrar
em qual porta devo bater…
(na sua ou na dele?)”
eu precisar te encontrar
em qual porta devo bater…
(na sua ou na dele?)”
Me perdi no meio dessa confusão que é me achar. Perdi meus sorrisos, meu jeitinho meigo de ser, minhas histórias de quando eu era neném que hoje não vejo mais graça. Perdi meus amigos, cada um deles, com a minha idiotice de priorizar as coisas erradas. Eu só queria ser eu mesma, conseguir sorrir sem abaixar a cabeça com vontade de chorar. Cansei de rir das piadas que fazem de mim, cansei de ver o amor que não dura, estou cansada de me ver com essa cara de cansada. Aprendi a manter uma distância segura e maravilhosamente solitária de cada pessoa que eu me importo, estou distante até de mim. Tem um nó aqui na minha garganta louco pra se transformar em grito e choro, mas que eu tenho que segurar. “Você é muito fria”. Concordo, querido do sorriso encantador, mas a escolha não foi minha. Fui deixada pra trás nessa estrada gigante que eu seguia junto com um moço que prometeu nunca me deixar, um moço que disse que eu sou a exceção desse mundo de desastres, chorei, chorei mesmo até que as minhas lágrimas ficassem secas e até eu aprender a não chorar quando eu escutasse a minha música e daquele moço que eu já amei mais do a minha própria vida. Sabe, já pensei em dar minha vida pela dele só pra ter a certeza que ele continuaria todo feliz da vida e pra eu não ter que viver sem ele. Eu fui deixada pra trás, sem dó nem piedade, pisada, esquecida, um tanto quanto fora de foco e já não consigo mais ser a pessoa mais fofa desse mundo. Sou um iceberg maior do que o que afundou o titanic, sei que sou toda errada nesse mundo onde eu deveria ser perfeita. Peço desculpas por ser tão eu, a todos que podem me ler, ver ou escutar. Perdoem-me por nunca demonstrar carinho além de um abraço, por não conseguir dizer “amo você” com facilidade. Não consigo mais ser assim desde que eu disse eu te amo e levei uma facada do tamanho do mundo num coração tão pequenininho. A frieza está morando em mim, virou minha inquilina antes mesmo de eu permitir que ela entrasse. Estou pedindo, de verdade, pra Deus tirar de mim esse nojo que tomei das pessoas e de seus erros. Quando digo que tenho nojo de pessoas digo no geral, nojo de todos até mesmo de mim que pareço que gosto de errar de tanto que erro. Eu sei, eu sei que meu sorriso parece o maior do mundo, mas eu também sinto caramba! Eu sinto e escrevo, é assim que funciona desde que minha voz foi silenciada pelo medo da rejeição. Admito ser gelada, fria como um milhão de cubinhos de gelo, mas essa sou eu. Não sei mais ser a antiga carol cheia de blábláblá com qualquer um que demonstrasse um pouco de gostar, sou desconfiada das palavras e amante dos mundos paralelos que eu vivo feliz com o amor da minha vida. Mas, aqui… Aqui é vida real e ou você é machucado ou aprende a fugir das situações que podem te machucar. É o que eu faço, fujo de relacionamentos, de amizades que podem me machucar caso acabem, me afasto das pessoas por medo de machucar e ser machucada. Sempre fui muito comunicativa, amiga de todo mundo, a fofa da turma, e isso nunca me serviu de motivo de orgulho quando sorria na frente da galera e chorava no travesseiro. A escolha de ser mais fria que um iceberg não foi minha, mas sim de pessoa que já me machucou. Cansei de rir das piadas que fazem de mim, cansei de ser o motivo da piada semanal. Quero ser eu mesma, mas nem sei quem eu sou. Preciso me descobrir, me reencontrar. Até lá, vai convivendo com essa grossa dos cabelos emaranhados castanhos que lá no fundo tem um coração. Imploro-lhe que não me julgue pelo meu nome pois existe muita dor dentro de mim e julgamentos não são bem vindos. Essa sou eu esperando pela oportunidade de conhecer o amor que fará de mim uma boba apaixonada pela vida, assim como já fui um dia. Carol, guardei meu coração dentro de um baú escondido dentro de meu quarto.
domingo, 19 de agosto de 2012
Alguém aí pode admitir que essa merda de vida dá um medo filho da puta, e que ficar longe de tudo dói, e que ficar dentro de tudo dói, e que estar aqui, agora, dói pra cacete?
domingo, 12 de agosto de 2012
Confesso que me dá uma saudade irracional de você. E tenho vontade de voltar atrás, de ligar, de te dizer mil coisas, e cair em suas mãos, sem me importar com nada, simplesmente entregar-te meu coração. Mas não, renuncio, me controlo e digo para mim mesmo que não é assim, que não pode ser, que você se foi, e não volta.
Pra ser sincera, eu gostaria de ter você ao meu lado agora. Pra me dar aquele carinho diferente de todos, ou apenas pra socos, que por sinal era a sua maior forma de demonstrar que gostava de mim. Eu digo pros meus amigos que já esqueci. Me declaro pra meio mundo que já não sinto mais nada. E pra provar isso, deleto as SMS e o seu número da minha agenda. Deleto do computador a nossa música, e vou evitar ouvir. Paro de escrever coisas sobre você. Não ando mais pela rua tendo aquela ponta de esperança achando que vou te encontrar. Sorrio e não me importo quando falam de você. Lembro a todos, todos os dias, que você não me afeta mais. Não procuro, não ligo. Esqueço tudo que veio de você; os textos, apelidos carinhosos, momentos, risadas, brigas. Deleto suas fotos do meu celular. Paro de esperar alguma ligação ou mensagem de madrugada. Não penso mais em você antes de dormir ou ao acordar. Sou indiferente quando algum amigo seu pergunta se sinto falta. Não arrepio ao ouvir a sua voz ou espero ansiosa pra que você diga que sente minha falta. Desapego. Paro de sentir, literalmente. Convenço a você e a todos, que eu já superei. E vou continuar assim, até que consiga convencer a pessoa mais importante disso tudo. Eu.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Há muito o que eu gostaria de dizer, mas há também tudo aquilo que é dito pelos meus gestos, pelos meus olhares, silêncios e faltas de jeito. Há tudo aquilo que é preciso observar para ver. E falo tanto… Falaria agora do meu sorriso torto, meio feliz, meio triste, pois é como se é na vida. Falaria do meu coração meio protegido, meio cheio de saudade. Falaria ainda dos meus olhos que guardam mil recordações, mil pessoas e encontros. Falar desses encontros? Eu não posso… É a minha falta de jeito que diz o tanto de coisa que eu gostaria de dizer, não a minha voz. Eternamente, eu vou torcer pelos encontros. Não sei nem se esse quase texto era sobre encontros. É que… Há muito o que eu gostaria de dizer.
domingo, 29 de julho de 2012
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Não sei se pensar demais é defeito ou se me serve de algum valor. Mesmo que todos com quem converso me digam pra não pensar nisso, eu fecho os olhos e é com isso que estou sonhando. Aquele pensamento parasita que se camufla em um detalhe qualquer e vai parar no tambor que é a minha cabeça. Bom seria se eu apenas pensasse nas coisas, repensá-las, remoê-las e descobrir todos os seus ângulos em nada adianta. Pois quando paro pra pensar, saio sempre no prejuízo, mas não posso ser abelha rainha sempre e viver em busca de distrações nas 24horas diárias. De modo algum posso entrar em relações que não envolvam sentimentos; eu tenho sentimentos e os levo de bagagem sem importar o lugar, a situação. Preciso de uma vacina para não me apaixonar por uns tempos, viver aos pedaços não me sai vantajoso. Acabo entrando em histórias que não possuem finais felizes, apenas um coração em ruínas, certamente o meu. Meu poder é feito de encanto, que se quebra, que me quebra, que quebra o coração. Não sei como se sente quem vai, só sei que não quero mais ser quem fica. Quem fica mal. Amores assim deveriam ser proibidos para menores de 18 anos, meu coração não sabe dirigir amorosamente, pisa no acelerador, não tem air bag; não sabe votar na pessoa certa e bebe em excesso do carinho alheio, embriagado acaba agindo errado. Sou sincera quando digo que quero deixar a drama queen de lado, parar de levar tudo para o caos. Sei desse meu jeito explosiva, raivosa, irritada, sempre à flor da pele, sempre em carne-viva. Com meus sentimentos intensos jogados diretamente na corrente sanguínea, bombeados por um órgão ditador, imperador, que quer ser dono do corpo todo e nem sabe cuidar de si. Se está tudo bem, pressinto que algo esteja errado. Não sou de me enganar com esse perfeccionismo fantasioso que tenta trapacear com o real. Fico em busco de soluções, alternativas viáveis que me devolvam o interesse. Desistir realmente parece mais fácil. Quando eu prefiro não arriscar, me acho mais segura, julgo ter menos perdas. Deixando correr, iludo-me achando que estou livre para que a vida dê jeito e que a justiça seja feita. Tem dias que a vida me parece como a piada que não soube compreender, e por isso, não consigo rir, não entendo a graça. Ver que outros dão risada, não muda meus conceitos, não intercepta em minhas ações. Que moral pode haver em tanto sofrimento só pra ter a bonança depois? Dói nos olhos essa injustiça de poucos terem muito e muitos terem pouco. O que me incomoda na vida é por vezes sua injustiça. Além de tudo aquilo que não posso mudar, que me torna incapaz. Como revolucionária, não gosto de acatar, apenas tolero o imutável, não aceito, apenas me conformo. E peço para que coisas melhores venham já que nada fica ao controle de minhas mãos, essa mistura secreta de destino, sorte, coincidências e escolhas. Só cabe a mim lapidar o que recebo, tentar tirar proveito, achar o lado bom. Não sou dona da verdade, a verdade é livre. Pior ainda, a verdade não se define, a gente acredita na que quiser, ou se conforma com a que vier.Sofri, agora enjoei disso. Se vier com sofrimento na bandeja, eu renego, estou farta, estou cheia, enchi o bucho. Choro ritualmente, mesmo que não resolva as coisas, e sim funcione como alívio, botando pra fora o que embola por dentro. Quando eu grito, é só para aparentar a fúria que me revira internamente, a insatisfação. Tento ser ouvida, quando na verdade, não importa o tom da voz, quando não nos ouvem, nada que possamos dizer terá importância. Meu silêncio nem sempre é o melhor, mas responder nem sempre é o aconselhado. Dar as costas não impede que o problema persista e que persiga minhas forças; combatê-lo nem sempre é o melhor remédio e conviver com ele não é tão agradável. Fugir pode ser bom e minha maior vontade no momento, mas não saber onde ir, estraga os planos. Não fazer nada não impede as coisas de mudarem, e estar parado não me dá o direito de reclamar do resultado. Cantar pode espantar os males, mas também liberta. Nada é pra sempre, mas queremos sempre alguma estabilidade, algo que dure a ponto de ser guardado. Temos que viver o hoje e pensar no amanhã, mas mesmo assim temos que correr riscos, não viver no passado e não perder muito tempo planejando o futuro. Tudo é de momento, tudo na vida é fase, mas mesmo assim não deixo de viver com grande intensidade, sofrimento e alegria, até que o sol se ponha e eu possa rir ou lamentar do ocorrido. Se desistir não posso, também não lutarei por causas perdidas e coisas que não voltam, olhar pra frente e seguir adiante é sempre recomendado. Tento dar o meu melhor sempre, até quando alguém o arranca de mim e deixa-me em um estado deplorável. Sigo conselhos de que com pouco não posso ficar, mas que devo valorizar as coisas simples; que não se leva nada dessa vida e que devo buscar sempre a felicidade, mesmo que eu a tenha brevemente e quem sem ela o resto perde a razão. O tempo já me provou que concerta as coisas, mas que não devo esperar ajuda dos céus e nem ficar de braços cruzados. Às vezes tem que dar um tempo para que o próprio tempo deixe as coisas melhoraram. A vida é cercada de balanças e de falsos certos e errados. É um redemoinho de decisões e escolhas, de erros e acertos. Essa montanha russa de altos e baixos. Eu só preciso de uma certeza, por menor que seja, para dar razão a esperança. Um banho de fé que me mantenha de fé, sempre em frente e confiante.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
E eu sei que, talvez, eu tivesse que ficar triste. Talvez eu tivesse que continuar secando lágrimas, abraçando o vento e rindo no vácuo, mas o fato é que eu não consigo. Eu não consigo mais ser triste só para mostrar que um dia eu fui - ou achei que tivesse sido - feliz. Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna mais poético, chorar não deixa mais aliviado e implorar não traz ninguém de volta. Aprendi também que por mais que você queria muito alguém, ninguém vale tanto a pena a ponto de você deixar de se querer. Eu que gritei para tantas pessoas ficarem, hoje só quero mesmo é que elas sumam de uma vez por todas. E em silêncio, que é pra ninguém ter porque se lamentar.
Descobri que não sou insubstituível. Não importa se sou difícil de se ter, se para me conquistar é preciso atravessar desertos, lutar contra dragões; no fim, sou tratada como todas, sou humana também, e colocar alguém no meu “lugar” é mais simples do que eu imaginava. Me esquecer não é impossível e eu sou sim, substituível. Todo o trabalho árduo para me ter nas mãos parece esquecido e é preciso uma nova batalha, comigo fora dos planos, não inclusa no mapa. Logo você que me pediu tanto para o Deus, brincou comigo como se fosse degustação, experimento. E enfim, aconteceu aquilo que os romances não divulgam, que ninguém quer comentar, que você mesmo finge que é improvável que aconteça, mas que a vida comprova ser possível: o fim chega. Todo o meu anseio em ser especial acabou me deixando cega; a vontade de marcar na história sem perceber que fui um capítulo excluso, deixando de ser protagonista para me tornar figurante. Mesmo sendo a Barbie, que desbancava qualquer concorrente, líder triunfante. Sempre como número um, e agora usufruindo da frustração de ficar sem classificação na tabela. De vez em quando me fisga essa vontade de você que é quase um desejo de grávida: é preciso ser saciado com urgência mas também pode passar repentinamente. Que quando passa, me bate o alívio de que o melhor se encaminha e que percebe minha porta aberta, meu convite e minhas boas vindas. Aperto o botão delete pra ver se você sai da minha vida, mesmo que seja vírus, doloso. Fazendo que com essa perda, surja um espaço para nova vitória, quiçá uma conquista. Percorrendo essa estrada em linha reta, sem curvas que me levem ao passado. Empregando esse tempo que me sobra -já que agora o foco não é mais eu sou sua é eu sou minha- com quem mais me importa no momento: eu mesma. Incluso as pessoas que eu amo e me retribuem sentimentalmente. Me vejo apaixonada pela loira dos longos cachos, cabelo loiro do sol - o qual você sempre achou atraente. Já que não sou adepta a essa sedução fajuta quando no fim, todos são livres, inclusive pra voar e nunca mais voltar, construir outros ninhos - sendo eles em outros peitos e também, outras cama; já que não tenho vocação e nem sei tratar os homens como marionetes e nem organizar minha agenda com atividades diversas com pessoas diferentes. Com os pássaros fora da gaiola, nesse mundo sem juízo, sigo minha vida. Tentando deixar a pele rosácea bronzeada e usando o creme de baunilha, camuflando minha intenção de querer um olhar seu. Quem sabe com uma porção de desejo, outra de arrependimento. Esperando que se algum dia esse destino banhado no carma nos junte em uma mesma festa, eu esteja com aquela saia, que salienta minhas coxas, as quais você julgava bonitas. Hoje não sei mais. E continuo usando o meu perfume - que o deixava doido - e jogando meus olhares de mistério, com um sorriso meio aberto; deixando minha inocência exposta achando que meus atos vão lhe roubar a atenção. Experimentando o truque da indiferença para fazer descaso e sentir o poder. Sem intenção de me envolver em relações frias, sem sentimento, apenas para não ficar sozinha. Pois estar com alguém que não te atinge lá dentro, é outra maneira de estar só, apenas com um corpo inútil ao lado. Só porque não estou me descabelando e sendo assim, mais segura de mim e indiferente a nós, não pense que não me importo; eu me importo sim, mas de que me adianta? Há uma vida para ser vivida e se você saiu da minha, não vou deixar que me atrapalhe .Não vou viver do passado e nem deixar o passado viver em mim. Degustar a liberdade que me foi dada: estou livre do seu amor bipolar, onde um dia sou a razão da sua existência e no outro o alvo da sua indiferença. Livre de ter que te ajudar a estudar, ou preparar algo pra você comer. Livre de me preocupar com o horário que você vai pra casa, se brigou com a família, se está infeliz ou preocupado com o seu futuro. Livre do arsenal bélico da velha angústia, pronta para dar e receber carinho, almejando paz e muito amor. Deslocando esse poder de amar tão vigorosamente as pessoas, para amar aquela que me encara no espelho, que acorda e dorme comigo. Não é mais preciso esperar ninguém para que o mundo fique colorido, eu compro os pincéis se for preciso, ou infantilmente, pinto com os dedos. Posso ser a mulher da minha vida, a dona do meu coração; quem muda o meu destino, quem faz o mundo acertar o tom. Esse amor próprio que não tem fim, coração que bombeia o meu sangue e bate por mim. Essa paixão afinada, melódica e que só faz bem, apesar da intensidade. Pra mim mesma não sou susbstituível: posso ser mutável mas a falta que me faço, ninguém poderá suprir. Nem mercadoria de alguém, nem investimento de outros. O amor pode ser um campo de batalhas, porém eu não quero lutas e sim um abraço na harmonia. Sem dados e joguinhos, sem esquemas. Que todo esse afeto para comigo mesma, não seja mal interpretado, eu apenas aprendi a me valorizar. Que graça pode haver em querer ser importante para alguém quando eu mesma não me coloco a frente? Sem super valorizações, agora quero curtir qualquer relacionamento, inclusive minhas manhãs de domingo com o cabelo bagunçado usando meu moletom-uniforme. Hoje me dei permissão para ser feliz. É melhor assinar isso no cartório e colar na testa para nunca esquecer. Que não tenha gosto de saudade e sim aparência de horizonte, novos planos. É preciso um pouco de ação nos meus dias para conseguir compor as linhas de uma história; é preciso um pouco de prática para depois se criar a teoria. Que se fechem os ciclos para que outros comecem, que fechem feridas para que sorrisos se tornem soberanos. Concluo assim que certamente, não sou sua garota: sou a minha. Ao infinito e além. Amém!
Eu vou sempre ficar imaginando como seria se a gente tivesse dado certo,se todas as promessas que a gente fez um para o outro se cumprissem.Vou ficar sempre imaginando o quanto a gente poderia ser feliz e optou por não ser.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
E nada aconteceu. Eu meio que sabia onde as coisas iam dar – foi quase, mas não deram. Não deu. Não dei. Valeu a tentativa, o empenho, o interesse. Eu não estava prestando muita atenção, mas posso sentir em algum lugar aqui dentro de mim que foi bonito. A gente ainda vai se falar por aí, essa não é a conversa final.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento. Relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor. Chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado. Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta. A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado. O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita. O amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine? Minha resposta? O amor é o desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre o desconhecido, a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação. O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante. A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos, e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim. Não, não podemos subestimar o amor não podemos castrá-lo. O amor não é orgânico. Não é meu coração que sente o amor. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O amor brilha. Como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida, o amor grita seu silêncio e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do amor, se estivermos também a devorá-lo. O amor, eu não conheço. E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor a navega. Morrer de amor é a substância de que a Vida é feita. Ou melhor, só se Vive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto
Acho que acordei louca. Louca de saudade de mim. Louca de saudade dos meus sonhos que ficaram trancados dentro da gaveta. Louca de vontade de voltar no tempo e fazer certo. Mas eu fiz o que tinha que ser feito. Eu fiz o que estava ao meu alcance. Me arrependi, sim, de algumas coisas. Quem nunca se arrependeu? Acho que a gente tem muitas chances na vida pra tentar endireitar as coisas. E eu tento me endireitar constantemente. Vou torcer para que isso signifique alguma coisa no meio desse emaranhado de incertezas e interrogações que é a vida.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Eu não tenho que viver sem você, eu tenho que viver com você de um jeito diferente daquele que estava acostumada por isso julgo que isso seja pior. O sorriso falso no rosto anda tão pesado que me cansa. Venho ostentando força, aparentando alegria, não que você note, mas talvez assim essa farsa se concretize. Exausta é meu atual estado: por sempre acreditar nas pessoas, por ser realmente boa ao me doar e ter de aguentar pedradas, desfeitas, injúrias. Cansada de ter que sair, de ter que fugir, de ter que aguentar, de ter que esperar passar. O tempo é o melhor remédio, eu sei disso, por isso preciso de uma grande dose de tempo, que passe depressa, que leve com toda a sua cólera todos seus rastros. Que eu tento apagar, eu tento. Mas seu nome sai na capa da revista, nosso filme passa na tv, alguém canta aquela música e meus velhos hábitos te incorporam à rotina. Foi você quem saiu da história, eu que tenho que dar cabo a essas linhas, apagar essas cicatrizes fortemente rabiscadas no meu livro. Preferia não ter escrito o seu capítulo na minha vida, mas talvez seja preciso atravessar certas páginas pesarosas para se chegar ao final feliz. Precisei de alguns minutos em silêncio, acompanhada da minha solidão, pra que a tampa abrisse e a muralha fosse desfeita: a dor latejou. Dor dupla, porque você sente a saudade e fica triste por ele não estar sentindo. E nada muda. Saudade oca, porque você sente saudade de alguém que mudou muito, com um sentimento diferente, com atitudes que assustam. Fiquei com vontade de te abraçar e mentalmente até fiz planos para me convencer a agir; abortei a missão prevendo mais um machucado, dispensável. Para aguentar essas dores amorosas, deveriam doar morfina - eu injetaria seguidamente. Sensação que não evapora: chora chora, mas a dor não vai embora. Gosto de coisas pequenas, me ligo nos detalhes, talvez até me importe com o que não vale a pena, dramática, que seja, mas não vou mudar. O errado é não entrar de cabeça nas coisas, e sim com o coração, o incurável, compassível. Se eu fosse do tipo que esquece, isso já teria passado faz tempo, instantaneamente, quem sabe. Era preciso me deixar nessa situação? Logo eu que sou travada - que não corro para outros braços, não saio em busca de outros beijos, não procuro outros corpos - enquanto outros, como você, superam tão rápido. Seguem adiante, bola pra frente. Estou bem, por mais que me sinta azeda, com essa descrença que no meu pensar tão cético você só soube fortalecer. Após tantas páginas nossas no meu livro da vida, de onde não se arrancam páginas, depois do que eu escrevi, fiz e disse, tenho certeza de que merecia mais consideração. É isso que fere e me desanima em ações futuras. Porque eu não sou uma piada mas queria fazer-te rir; não sou uma perda mas queria te abalar; não sou uma tragédia mas queria te mudar. Não sou um drama pra te fazer chorar, mas queria te emocionar do mesmo jeito. Não sou comida que vá te alimentar, nem sou o ar pra você respirar. Tampouco sou água pra matar tua sede, mas em algum sentido, queria te satisfazer e ser necessária, causar a tua dependência. Não sou coberta no frio, e nem ventilador no verão mas queria que meu corpo mexesse com a temperatura do teu. Não sou mapa nem farol pra te guiar, mas queria te dar a mão e te levar pro meu caminho, fazer com que unisse o teu ao meu. Não sou como tua casa, mas queria que soubesse que sou o seu lugar. Nem sou tua cama, mas queria te dar conforto e que estivesse sempre à vontade, despido de medos. Também não sou o vento, mas queria te arrepiar; não sou o escuro mas queria te assustar; não sou o perigo mas queria te provocar. Não queria ser teu passatempo mas procurava te divertir. Não posso ser tua infância mas queria te fazer sentir saudade. Nem posso ser o pôr do sol ou a lua, mas queria te irradiar beleza; assim como não posso ser o céu nem o mar mas queria te oferecer a imensidão. Queria te ajudar a compreender essa inexplicável vida e se não achássemos uma resposta, que ao perceber que nos temos, tudo fizesse sentido. Eu quis ser o lar pra quem gosta de ser nômade. Dar amor pra quem nunca teve e nunca soube valorizar: eis um desperdício de tempo, de alma, de coração.Pedir um sofrimento à pronta-entrega; recebê-lo antes da hora. Coloquei em ti mais fé do que outra pessoa será capaz e me vejo decepcionada comigo por estar errada; você estava com a verdade sempre ao dizer que não prestava, que era igual a todos. Sentada observando, boquiaberta, espantada com quem eu via, ouvi você dizer que queria ir embora. Eu queria ter dito que queria que você morresse, naquela hora mesmo, quando a decepção me caia nos olhos e o aperto judiava do meu peito. Você disse que queria que eu te odiasse e vendo o quanto eu te amava, foi fatal processar essa ideia. Posso até inventar motivos, mas não cultivo esse sentimento. Lembro do seu jeito desanimado quando eu te fazia carinhosos, e me sinto desvalorizada. Tudo por nada, apenas pra desestabilizar. Odiei sua forma de desistir das coisas, como de nós, por algum motivo interno que você faz questão de manter junto a seu mistério. Repudiei seu descaso com meus sentimentos, esquecendo de que quando estávamos em situações opostas, fazia de tudo para que não fosse de alguma forma ferido. Indignei-me com a forma como você gritou e foi rude, como arrancou minhas mãos do seu corpo querendo ficar livre para ir. Seu egoísmo sentimental, que fica seco quando me vê chorando, que economiza palavras melosas e clichês que poderiam me render algum sorriso. Tudo isso, odeio. Odeio te ver e saber algo a seu respeito, tudo embrulha meu estômago. Seu sorriso, que mostra o quanto você não dá a mínima e isso tanto me revolta; odeio pensar que eu estava sozinha, mas você me quis muito pra si, pra depois me deixar - assim como todo mundo (e você sabia dos meus traumas). Odiei quando você deixou de ser meu amigo e parou de se importar, fazendo descaso dos meus problemas, me anulando da sua história. Odiei saber que você foi provar que outra faz melhor, que meu beijo não tem a menor graça e que não sentir minha falta vai ser moleza. Odiei você ter trazido esperança e assassinado-a diante dos meus olhos; odeio não ter você aqui comigo pra me apoiar. Odeio essa sensação de que passei em branco e que vou ser esquecida nesse teu arquivo mental; sendo que você está cravado na cicatriz do coração que cativou para desprezar. Odeio ver que uma coisa tão boa, virou algo que eu me esforço em não lembrar.Eu deveria estar contente por não fazer mais parte do seu mundo já que amar várias pessoas ao mesmo tempo não é pra mim. Eu não te quero de volta, eu me quero de volta, sofro por minha causa. Eu que não vi minha menina se transformar em uma mulher, e sim em um monstro; “assentimental”, comedor de mulheres e assassina do meu afeto. Em meio a raiva que sinto da sua felicidade, não merecida, estou sentindo nojo do meu corpo que me dá vontade de tomar banho até tirar tudo que você deixou em mim, até ficar em carne-viva. Ir além da carne-viva, pegar na minha alma. E você pode até ter mudado de fase ou dado o game over, mas isso não é como no seu vídeo-game e o controle não vai ficar na sua mão. Te odiar não é pra mim, apenas fico triste por todas as perdas, por todas as manchas, então sinceramente, acho que sentir qualquer coisas, como ódio por você, seria desperdício.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. Que ela possa vir com toda simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos. Que as pessoas saibam falar, calar, e acima de tudo ouvir. Que tenham amor ou então sintam falta de não tê-lo. Que tenham ideais e medo de perdê-lo. Que amem ao próximo e respeitem sua dor. Para que tenhamos certeza de que: “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade''
sábado, 16 de junho de 2012
Você precisa fazer alguma coisa, as pessoas dizem. Qualquer coisa, por favor, as pessoas dizem. O que não dá é pra ficar assim. Nem que seja piorar, nem que seja enlouquecer. Olho o rosto das pessoas. Tem os ossos, dai tem a parte de dentro. Tem os olhos e tem o fundo dos olhos. Da boca saem esses sons. De repente alguém encosta em mim. Pra perguntar com o quentinho da mão se estou ouvindo e entendendo. Sorrio e torço pra pessoa ir embora. Torço pra alguém chegar, só pra torcer bem pouquinho por algo. Mas dai a pessoa começa a falar e torço pra pessoa ir embora. Não tem o que fazer, não tem o que dizer, não tem o que sentir. Sou uma ferida fechada. Sou uma hemorragia estancada. Tenho medo de deixar sair uma letra ou um som e, de repente, desmoronar.Quando toca uma música bonita, minha ironia assovia mais alto. Um assovio sem melodia. Um assovio mecânico mas cuidadoso, como tomar banho ou colocar meias. Outro dia tentei chorar. Outro dia tentei abraçar meu travesseiro. Não acontece nada. Eu não consigo sofrer porque sofrer seria menos do que isso que sinto. Tentei falar. Convidei uma amiga pra jantar e tentei falar. Fiquei rouca, enjoada, até que a voz foi embora. Tentei aceitar o abraço da minha amiga, mas minha mão não conseguiu tocar nas costas dela. Não consigo ficar triste porque ficar triste é menos do que eu estou. Não consigo aceitar nenhum tipo de amor porque nenhum tipo de amor me parece do tamanho do buraco que eu me tornei. Se alguém me abraçar ou me der as mãos, vai cair solitário do outro lado de mim.Se eu pudesse usar uma metáfora, diria que abriram a janela do meu peito e tudo de bom saiu voando. Eu carrego só uma jaula suja e escura agora. Se eu pudesse usar uma metáfora, eu diria que tiraram as rodinhas dos meus pés. Eu deslizava pelo mundo. Era macio existir. Agora eu piso seco no chão, como um robô que invadiu um planeta que já foi habitado por humanos. Mas eu não posso usar metáforas porque seria drama, seria dor, seria amor, seria poesia, seria uma tentativa de fazer algo. E tudo isso seria menos.Não briguei mais por você, porque ter você seria muito menos do que ter você. Não te liguei mais, porque ouvir sua voz nunca mais será como ouvir a sua voz. Não te escrevo porque nada mais tem o tamanho do que eu quero dizer. Nenhum sentimento chega perto do sentimento. Nenhum ódio ou saudade ou desespero é do tamanho do que eu sinto e que não tem nome. Não sei o nome porque isso que eu sinto agora chegou antes de eu saber o que é. Acabou antes do verbo. Ficou tudo no passado antes de ser qualquer coisa. Forço um pouco e penso que o nome é morte. Me sinto morta. Sinto o mundo morto. Mas se forço um pouco mais, tentando escrever o mais verdadeiramente possível, percebo que mesmo morte é muito pouco. Eu sem nome você. Eu sem nome nós. Eu sem nome o tempo todo. Eu sem nome profundamente. Eu sem nome pra sempre.
Não quero me desligar do que está me fazendo sorrir e, por vezes, querer chutar tudo pra bem longe. Não posso deixar você de lado, não posso fingir que não há nada. Que você nada é. E que você não mudou, de alguma forma, meu jeito de acordar.
terça-feira, 12 de junho de 2012
Minha prima também já partiu meu coração. Uma vez brigamos e nos dissemos coisas feias. Também parti o dela, eu sei. Minha melhor amiga já partiu meu coração. Meu pai já partiu meu coração. Minha mãe. Meu irmão. E eu já parti o coração de todos eles. Oh, que pessoa horrível eu sou. Oh, que pessoas horríveis eles são. Que nada. Partir o coração do outro é a coisa mais natural do mundo. E só acontece porque a gente espera uma coisa e recebe outra. Isso se chama expectativa. Quando ela não é correspondida dá um vazio dentro do peito. Isso se chama decepção. E tudo isso existe desde que o mundo é mundo. Só precisamos aprender a lidar. Confesso que tento diariamente.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Eu te olho, você me olhas, nós nos olhamos, eles nos olham. O olhar deles é de quem não entende esse nosso momento, essa nossa união, esse clima todo, nosso ar de bobos. Talvez nem eu entenda, nem você. A diferença é que você não fala sobre isso enquanto eu falo sobre tudo, sou voz ativa em qualquer situação. Realmente é complicado entender que alguém tem tanto sentimento por outro alguém assim, gratuitamente. Sem troca de fraldas, sem ensinar a dar os primeiros passos, sem presentes. Que significado teria amar um estranho, assim, do nada, ao natural? A resposta que eu sempre dou para todos todas as vezes que me perguntam por quê você, sempre digo que é a forma como me faz sentir. Só isso que temos agora,o que sentimos,o jeito como você me faz bem é a razão por ter você ao meu lado,e não qualquer. É nesse agora que tu me levas às nuvens,como jamais ninguém o fez,como sozinha eu nunca soube ir. A alegria que me dá não soube achar nas tantas coisas que me rodeiam,então te retribuo com amor,direto do peito,fonte sagrada. Esses dias,achei em uma música o que eu preciso “educação sentimental”, só assim, aprendendo, para equilibrar tudo, ser mais razoável. Tento te amar do meu jeito e quase não dá para te amar de jeito nenhum. Exijo muito de ti, imponho idéias. Logo eu,que tento ser flexível com o jeito dos outros, espero que alguém me dê tudo que preciso e corrija minhas ausências, quando nem a vida, nem o mundo, nem Deus, fazem isso; não conseguem me saciar o suficiente. Quando o resto demora para alcançar minhas expectativas. Quando eu mal sei o que quero do todo. Ah, você nem sabe como eu sou maluca, ao teu redor sou tão “não eu”, que indago sobre por quem você se apaixonou. Por vezes até questiono o porquê você gosta de mim com essa intensidade sufocante, com esse excesso de palavras doces. Até parece algo sem motivo, que não me permito achar que alguém me goste nua, light. Inadmissível a possibilidade de convivência com o sentimento tão denso que você me oferece quando eu mesma não me amo, não me aceito tão a fundo. E te questiono até que você desista de mim e eu me julgue certa, ele não me amava mesmo. Te mostro todos meus defeitos que você faz questão de ignorar e não me dou por satisfeita. Implico muito, quero respostas e não gosto de acreditar nesse irreal, me apegar no ilusório, me ama mesmo? Assim mesmo? Olha como eu sou torta, tenho barriga, meu cabelo é rebelde, vê? E não dá, continuas me abraçando como se eu fosse toda bonitinha. Não dá, quem é você pra não se preocupar com isso? Me manda comer salada e me abraça pra dar calma, enquanto eu ligo para os problemas não esquecerem de me visitar, assim não tenho sossego. Não me aquieto, sou matraca, e você me beija e nem se importa.Você faz graça da minha teimosia, nunca me chama de neurótica e leva sempre a sério meus probleminhas; e eu tenho que concordar quando o resto do mundo diz que nós dois rimos de tudo, tiramos o lado bom de tudo. Nessa loucura, me assusto ao não saber mais quem eu sou pois você esconde a menina pessimista e pesada que não quer sair da cama. Você serve de luva e meia, de casaco e cobertor, estufa e lareira, sol e fogo. Impressiona sua habilidade de temperar a vida quando eu já julgava o gosto dela tolerável, sempre comi mal, percebo. Você me dá fome, sede e desejo, então sou sua sub-alguma-coisa, dependente. Perdida de mim, encontrada em ti, feliz ao dobro, ao quadrado.Continuemos assim, das certezas nenhuma me pertence, só de que no agora, quero extrapolar mais nisso. O amanhã sempre foi incerto, não há provas de minhas sobrevivência. Continue me olhando do ângulo que você quiser, que eu te olho do meu, fantástico, defeituoso e lindo. E que os outros continuem nos olhando, cheios de dúvidas e suspeitas. É amor sim, hoje é, no agora é, e se talvez não for, ainda é divino.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Qualquer dia desses eu saio sem destino, sento debaixo de uma árvore qualquer, com uma paisagem agradável. Vou escrever sobre você, sobre nós, sobre o que você significa pra mim. Vou te gravar em mim. Vou te gravar em mim para que em hipótese alguma eu me esqueça de você e o quão bem você me faz. Que eu não me esqueça de tudo o que aprendi com você, e todos os sorrisos que eu dei por você, com você. E te peço, me grave em você, pode ser como música, como lembrança, como uma carta… Mas me grave, e de maneira alguma me deixe desaparecer, pode me guardar num cantinho do seu coração, mas de nenhuma maneira me deixa ir embora.
domingo, 27 de maio de 2012
Me vi cega no escuro, sentando em tudo que é muro, sentindo medo do nada, acordando na madrugada. Não era eu ali, eu não era assim. Adaptei-me ao ambiente, temendo ser diferente e, feito um camaleão, camuflei-me. Estava vazia, igual e normal. Não era eu ali, eu não era assim. Certo seria se eu fosse eu e não um camaleão idiota que tem medo de tudo. Certo seria se eu criticasse o amor quando ele por mim passasse, certo seria se eu subisse no palco e recitasse uma poesia, se eu contasse até dez, cem ou mil quando fosse provocada, se eu cantasse sob o chuveiro quente um inglês embaralhado, se eu inventasse palavras e passasse a usá-las no cotidiano, se eu gostasse mais de mim, se eu sonhasse todas as noites, se eu não entendesse piadas e pedisse pra me explicarem. Se eu ouvisse alguém falar algo e mesmo assim fazer cara de “hã?”, aí seria certo, aí seria eu. Acho que estava cansada demais, transbordando, sem espaço pra fazer/ser diferente. Acomodei-me e camuflei-me. Estava normal, como todos. Aceitando tudo, deixando coisas pra amanhã ou para o mês que vem. Estava igual. Igual e patética. Patética sendo normal. Havia me camuflado tanto que não me via mais no espelho do meu quarto. Não era eu ali, eu não era assim.
Sim. Sim, eu te amo. Eu te faço feliz, te dou meu colo como travesseiro e o meu abraço como seu cobertor. Eu te faço sorrir quando você quiser chorar, só vou permitir que lágrimas caiam do seu rosto se for de felicidade, eu nunca vou soltar a sua mão. Eu te protejo. Te levo até um café na cama e te dou morango na boca. Eu te mimo. Eu te cuido até não querer mais, eu tomo as suas dores, eu fico triste quando você fica, eu fico feliz quando você também está. Quero chorar seu choro, sorrir só por te ver sorrir. Vou estar contigo a qualquer momento, vou ser um apoio, um alicerce, um colo. Só pra te dar segurança caso você tropece. Vou brigar com você e depois chorar porque brigamos, vou não-resistir à sua carinha de dengo e vou correndo pros seus braços. Eu vou te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Só confia em mim, meu amor.
Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.
Repórter: Você acredita em Deus?
Camelo: Teve alguém que disse que Deus é um ponto de interrogação. Achei essa imagem bonita. Não acredito em uma figura, mas sim que fazemos parte de uma parada maior, e que ela é incompreensível a nós. (…) Você como observador transforma o objeto observado. Com Deus também é assim. Deus já falou comigo.
Repórter: E falou o quê?
Camelo: Foi uma única vez. Eu tava indo dormir e ouvi do fundo da minha alma. Ele disse: “Faaaaaaaaaaaaz!!!”.
Repórter: Faz o quê?
Camelo: Sei lá, cara. Só sei que eu fiz. Sigo fazendo.
Camelo: Teve alguém que disse que Deus é um ponto de interrogação. Achei essa imagem bonita. Não acredito em uma figura, mas sim que fazemos parte de uma parada maior, e que ela é incompreensível a nós. (…) Você como observador transforma o objeto observado. Com Deus também é assim. Deus já falou comigo.
Repórter: E falou o quê?
Camelo: Foi uma única vez. Eu tava indo dormir e ouvi do fundo da minha alma. Ele disse: “Faaaaaaaaaaaaz!!!”.
Repórter: Faz o quê?
Camelo: Sei lá, cara. Só sei que eu fiz. Sigo fazendo.
Eu que sempre quis tanto, sempre pedi tanto, hoje só peço cinco minutos ao teu lado. Fecho os olhos e rezo à Deus, todas as noites, para que eu possa sentir o teu cheiro e ver o teu sorriso, assim, bem perto. De um jeito que a tua respiração bata em meu rosto e eu escute o teu coração conversar com o meu. De um jeito que o tempo pareça parar durante esses cinco minutos e que em teus braços eu encontre toda a paz que eu procuro durante todos esses dias sem você. De um jeito que o teu olhar me encontre e me faça sorrir como forma de agradecimento à Deus por ter colocado você em minha vida. De um jeito que me faça entender que se não fosse você, não seria ninguém. Que todo esse amor guardado dentro de mim, foi para você. Só para você. E mais ninguém.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Amor... não é à toa que eu te chamo dessa palavra. Pra mim o amor é o teu nome. E eu só queria te lembrar mais uma vez que te amo, eu falo, mas não sei se você sabe disso (deveria saber). Todas as noites antes de dormir, eu peço a Deus pra que te cuide. Que nada de mal venha te acontecer. Eu sei que pode parecer cedo, e sei também que essa distância atrapalha muitas coisas. Como agora... Eu só queria sair dessa monotonia de sempre, e ficar ao teu lado, pra sempre. Esse pra sempre pode ser 1 hora, 1 dia, 1 mês, 1 ano... Só precisava de um tempo com você. Daquelas mordidas que me fazem chorar, e daquele carinho que só você sabe me dar. Eu desejo que a sua noite seja tão linda como foi ao amanhecer quando o sol lhe cumprimentou pela janela e te aqueceu enquanto você colocava as tuas roupas; eu desejo que a tua noite seja tão leve, que você alcance as nuvens e que lá, as estrelas te ninem e te embalem no mais lindo sonho. Eu desejo que a tua noite seja a melhor noite dormida da sua vida, porque todos esses desejos são os que eu quero no meu sonho quando eu dormir hoje. E nos meus sonhos te encontrar.
Eu amo você
Eu amo você
Me ligue as quatro da manhã pra me dizer que queria que eu estivesse aí do seu lado, me mande bilhetes nem que seja com um eu te amo, eu até pensei ‘com um simples eu te amo’ mas vindo de você, nenhum ‘eu te amo’ é simples. Me leve pra sair, me apresente pros seus amigos, me leve pra conhecer seus pais, me diz que eu te faço feliz, diz que sem eu você não vive, diz que você precisa de mim e que quando está longe sente minha falta. Me diz que vai ficar comigo pra sempre, que vai me amar pra sempre, que nunca vai dizer nunca pro nosso amor. Me mima, me suporta. Diz que nunca vai esquecer o cheiro do meu perfume, o som da minha voz, e o tamanho do meu amor. Porque eu digo, te quero pra sempre.
Eu sei que não sei fazer cafuné direito, eu sei que meus gostos não são os melhores, eu sei que tô sempre com o cabelo desarrumado, só atraio confusão e não costumo escolher as melhores coisas. Eu sei que as vezes eu erro, tenho minhas crises existenciais e aquele medo exagerado de perder. Eu sei que de vez em quando eu colo em você, que quando brigo sou criança. Eu sei que minhas piadas não são lá tão engraçadas, que meu humor não é sempre dos melhores e que meu jeito é todo desajeitado. Eu sei que sou torta, do avesso e as vezes idiota pra caralho. Mas por favor, não desiste de mim não. A gente combina, pode acreditar. Vai dar certo. Tem de ter, pelo menos, um motivo pros meus dedos encaixarem tanto nos teus. Agora, pelo menos dessa vez, eu vou fazer com que dê tudo certo. Confia em mim. Mas por favor, não desiste desse meu jeito desajeitado de ser.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Ventania forte, delatada por galhos secos agressivos batendo na grande janela de vidro. A madrugada vai se agonizando em sombras com o passar das horas. O céu parece estar tão perto, ao fácil alcance de meus olhos cansados. No chão de meu quarto pode se encontrar o meu corpo deitado, jogado pelo longo tapete preto de barbante, ao lado de minha destra há uma garrafa de vinho, que fora um inútil álibi pra uma tentativa de distração, que por um pequeno e ingênuo momento, achei que embriagando-me com generosas doses de álcool, poderia me fizer desligar a mente das preocupações e tormentos que enfestam minhas cabeça e alimentam minha —já rotineira— insônia; Claridades podem se ver, em reflexos ligeiros de relâmpagos distantes, tão distantes que nem se pode ouvir seus trovões ecoarem pelas campinas das cercanias daqui, e mesmo que chegasse aos meus tímpanos o barulho mais estrondoso do mundo, ainda sim não me perturbaria tanto quanto o silêncio que existe dentro de mim. Silêncio. Vazio. Uma bolha sem ar; Hipnose, êxtase, alma rasgada. Sinto meu corpo quente, mas minha pele está gélida como o mármore de um sepulcro. Meus olhos estão abertos, mas meu sentido de visão não reage a nada. Estou deitado, olhando para o teto iluminado pelos raios que já não são tão fortes… Eu, aqui, mas é como se não estivesse. Nasci, cresci, mas é como se já estivesse morto —talvez estivesse—, morrendo cada vez mais, a cada suspiro, pois a pressa de viver é o alívio dos fracos, e a paciência pelo fim é a virtude dos sábios. Na verdade, eu não tenho pressa de morrer, desde que depois disso eu tenha paz e possa dormir —pra sempre— sem medo de acordar para viver pesadelos reais, que brutalizam toda e qualquer vontade que tenho de me levantar desse chão para ser mais um fantoche alienado, vagando pela face mundo buscando respostas para filosofias baratas e tolas.
O chão é frio e me conforta, a vontade de permanecer aqui é absoluta, e não há nada nessa vida mais forte pra mim do que a vontade de morrer, ou qualquer coisa que me tire da vida, que seja bem longe disso tudo que faço parte todos os dias.
[…]
Fechei os olhos, e morri, de novo, mais uma vez, mais uma noite, mais uma vida.
O chão é frio e me conforta, a vontade de permanecer aqui é absoluta, e não há nada nessa vida mais forte pra mim do que a vontade de morrer, ou qualquer coisa que me tire da vida, que seja bem longe disso tudo que faço parte todos os dias.
[…]
Fechei os olhos, e morri, de novo, mais uma vez, mais uma noite, mais uma vida.
sábado, 19 de maio de 2012
Você me tem fácil demais mas não parece capaz de cuidar do que seu.Você me olhou e me propôs que te esquecesse,para eu nunca mais lembrar do que um dia tivemos juntos.Me disse vai e eu não fui.Você me diz que eu sou toda errada mas não procura me entender.Fala para devolver aquela sua camisa que você me emprestou e toda vez que a cheiro sinto o seu cheiro do seu perfume,estou fadada a sonhar acordada pensando em te ver sorrir.Tudo bem eu vou embora mas não peça para voltar porque quando eu disser adeus eu não voltarei e me jogarei aos seus braços.
Para evitar tudo aquilo que me faz mau, faço silêncio,fico quieta. Respeitando a opinião dos outros, fecho a boca. Com a cabeça quente, perco a voz. Chateada, emudeço, que é pra não chorar. Triste, me calo por fora enquanto palestro por dentro. Se não sinto o que por mim sentem, não retribuo os dizeres, não minto ou falsifico intensidades. Se vinha voz se faz ausente, estranhe, pois em verdade, não nasci pra ser calada,nasci para falar e me expressar sem medo de críticas. Silêncio fora de hora se faz atípico para quem vive matraqueando, falando pelos cotovelos ou cantarolando. Porém, torno-me muda em alguns momentos e constato que o silêncio é bem-vindo sim, e faz até bem. Compartilho solidões comigo mesma, e aproveito um tempo, comigo mesmo para por em ordem a bagunçinha que eu costumo fazer dentro de mim. Conversa demais traz fofoca, faz intriga; sabemos demais da vida alheia quando mal desvendamos a nós mesmos. Tem papo que não acrescenta, assunto que não vale o tempo; palavra que machuca muito, verdade que arde da boca pra fora ouvido pra dentro. Novidade de quem deve ficar no passado; comentário maldoso, palavra torta, incompreendida; que estas não cheguem aos meus ouvidos e tampouco eu as espalhe. Calada sim, pois dizer o que te machuca só porque acordei com a pá virada, não é justo. Silenciosa, pra velar a dorzinha aguda que fincou por dentro. Com sono, cansada, indisposta, quietinha. Muda, pra não deixar que minhas palavras estragassem o que ficou de nós; para não comprometer qualquer relacionamento futuro ou encontro casual no mercado; para não encabular a ambos com esse meu sentimentalismo que escapa pela boca. Para não finar nosso acordo de vez, emudeço; evitando estragar amizades com verdades que mais ferem do que mudam alguma coisa certos defeitos podemos aceitar, assim como aceitam os nossos. Com os lábios unidos e ouvidos abertos, para absorver o saber dos outros e assentir com a cabeça quando concordar. Descobrir nas palavras alheias um conforto, conselho valiosos, histórias que sabem confortar. Quieta para ouvir sermão, mesmo quando a fera que adora revidar tenta se libertar do corpo; erro sim, e é bom ouvir e saber onde pequei, reconhecer-me errada e aceitar as tantas mancadas, deixar de lado a minha pretensão de ter sempre razão, dar a língua a torcer.Calada para não falar tudo o que o peito abafa, para não assustar desavisados e não acostumados a intensidade verborrágica que possuo; pra não falar tudo o que sinto, que costuma ser muito, e assim não acabar pondo medo em quem não entende que eu mais sinto do que penso e por isso falo na maior das ingenuidades.Muda, pois nem todos merecem minhas palavras, meus conselhos, avisos e carinho vocal. São poucos os dignos de minhas confissões, segredos e das tantas esquisitices que verbalmente deixo escapar. Quieta pra não falar e arrepender depois em situações que não possuem voltas, machucados que depois de feitos, se tornam cicatrizes. Sem deixar a fúria escapara pela boca e mexer os dedos, engulo. Pra não morrer pela boca e apanhar com o coração, fico quieta.
E não é que você foi mesmo ser feliz e me esqueceu? O telefone nunca mais tocou e eu nunca mais recebi notícias, acabou, eu pensei. É isso, cada um vai pro seu lado, tentar sua vida, e quem sabe um dia, mais maduros, nos encaixamos de novo. Mas não, eu tinha que ligar. E eu tô te ligando porque eu preciso tapar esse buraco, esse vazio que ficou da gente. Tô te ligando, porque dentre todos que eu conheço, você é favorito, número que se destaca na minha agenda. Porque bateu uma puta saudade e eu quero escutar o seu silêncio do outro lado da linha ou saber o que você está fazendo, as duas horas da manhã. Eu gosto mesmo de você do jeito que você é (mas odeio o seu cigarro, larga disso), e me sinto bem de ouvir você com suas histórias, eu me sinto viva. Tô ligando pra ti porque eu não quero de jeito nenhum que tu me esqueças e que eu tenha que te esquecer também só pra não deixar você ganhar esse jogo. Tô aqui gastando os meus bônus e chorando igual louca porque eu vi um filme e eles ficaram juntos; eles brigaram e voltaram e você parece ter esquecido o caminho. Tô fazendo o seu telefone tocar e levando a ti a minha voz, pra te dizer que faz um frio danado, que eu ando angustiada e que você do meu lado me abraçando seria o ideal - tipo leite com biscoito que uns tomam pra dormir. Liguei sim, porque dá uma dor aguda na goela dizer que a gente não se vê mais e dói no meu tímpano ouvir que eu já te amei, que te amava. Conjugar o verbo amar em um tempo que não seja o presente ou o futuro me fere muito. E hey, não era pra gente ficar junto, se gostar e se curtir pra sempre? Você já deve ter concluído que não, não acabou. Passou sabe, da validade, porque o amor, o amor a gente nunca sabe quando vai vencer, mas ele estraga, começa a mofar e daí ninguém quer mais. E tô sim, tô chateada por você não gostar mais de mim; pelo visto, amor eterno, só o de mãe, que nos ama desde feto, tolera na puberdade e aguenta nos ver chorando por idiotas. Você é um idiota, mas não te culpo. Eu também esqueci, eu já superei, mas eu sinto falta. Ah e quando eu digo aquele, te cuida, um beijo, eu queria muito dizer, volta, seu infeliz, eu te amo, ainda, eu acho. O que você acha? Você procura alguma coisa? Porque eu procurei sabe, e achei uns caras tão não-você, e eis o problema: você me ensinou a gostar de você, a gostar dessa sua respiração entupida de quem tem carne em excesso dentro do nariz e da sua sobrancelha mais grossa e daí virou padrão de gosto, do meu consumo. Você conta a nossa história por aí assim como eu faço? Sempre que eu conto, as pessoas inclinam a cabeça naquela cara de “ai que amor” e depois me olham com cara de pena, mas eu digo que tá tudo bem, até porque não é mentira, porém eu sinto uma falta, até de sentir falta de ti. E de quando você sente falta de mim. E surge uma saudade de usar o pronome pessoal do caso reto primeira pessoa do plural: nós. Fazer aquela soma entre eu e você que resulta uma mistura louca, só nossa. É, eu sou doente, tô carente, mas queria te dizer tanta coisa, quase tantas coisas quantas quis o Caio no texto “Para uma avenca partindo”. É, eu sei, depois eu esqueço, depois isso passa, é tipo febre, chuva de verão. Também já disse pra eu parar de pensar em você e pensar mais em mim. Eu odeio pensar em você pelo simples fato de que você não pensa em mim, e eu odeio injustiça. No entanto esse meu instinto de me ligar a você ainda persiste e eu penso mesmo assim na falta que faz alguém como você pra me dar as mãos e dizer que chocolate com amendoim é o melhor. O amor pode morrer e pode deixar como herança saudade dos momentos vividos, um carinho especial e boas lembranças,ou ser sovina e não deixar nada. Mas o meu é o primeiro tipo, tenho certeza. Crise, eu sei que é crise, porque você gostava tanto de mim de um jeito que eu não soube e até hoje não sei gostar que tenho saudade de ter alguém pra gostar e alguém que goste de mim. Sim, confuso como eu sempre fui e acho que até ficar velha ranzinza eu serei. Vou desligar agora, nem tenta entender porque o máximo que conseguimos, é aceitar, e deu. Que o melhor venha, pra ambos. Me queira bem.
Foi ela quem te ligou pra saber se a sua dor de cabeça já passou; se você resolveu o assunto e finalmente mandou fazer os seus óculos. Sim, ela, a mais idiota. Que ainda te espera, te escreve, te lembra, te sonha, te quer. A mais idiota, pois te procura ao invés de deixar pra lá, que te liga depois de meses pra dizer que saudade ainda há. Te procurou pra conversar, desejou boa sorte no seu jogo e disse pra você se cuidar. Mandou mensagem dizendo que sentia saudade e queria te ver bem. Te consolou quando você achava que o mundo conspirava contra você e disse que não quando você se autointitulou um imbecil por sempre tomar as decisões erradas. Comprou um livro e corrigiu quando você disse “pra mim ler”. Levou um lanche no seu trabalho e depois te convidou pra um suco, um sorvete, uma volta. Ficou preocupada com a sua tosse e disse que aquela calça xadrez só fica bonita com blusas neutras. Sem você pedir, gravou seu show favorito, fez um bilhete bonito e entregou junto com o seu presente - de aniversário, que ela foi. Fez você comer um doce quando o nível etílico do seu sangue já era um risco; te mandou ir ao médico pela sua anemia. Indignou-se com o desleixo da sua mãe, com as palavras ríspidas do seu chefe e ficou enciumada com os elogios de umas aí. Disse pra você que tudo ficaria bem e realmente não sossegou até que você ao menos sorrisse. Te esperou enquanto você saia pra curtir com seus amigos e achava que a hora que quisesse e sentisse falta, poderia vê-la. Era ela quem estava do seu lado pra tudo, mas quando você bem entendia. A mais idiota de todas recebia as suas mensagens e se iludia; sofria com a sua ausência, mas ao te ver, esquecia. Amava quando você ria alto e o jeito como arrumava o cabelo sempre que via um espelho. Foi grude sim, mas só pra não te perder de vista - é isso que acontece quando achamos alguém especial, queremos sempre. Disse tudo o que sentia e não te poupou de palavras carinhosas: ela é assim com quem gosta. Os outros devem saber tudo o que pra nos representam. Você se sentia muito seguro, em suas idas e vindas, ela não deixava brechas, não olhava para os lados. Idiota. Vivia uma semana sozinha em meio a seus compromissos, mas você sempre sabia que a hora que quisesse, roubaria a sua atenção por horas, o mundo dela parava. Por ser tão idiota, não via a malícia por trás das suas saudades e na maior das ingenuidades achava que haveria romances nos seus quero te ver.Romântica demais, e por isso você a achava boba. Sentimental, o que lhe fazia se distanciar, preso no medo de se envolver e ter alguém que te conhece como a palma da mão. Você soube fugir e ficar com mais quinze, só pra não sentir saudade, só pra não sofrer com a falta. Conhecer várias apenas pra ignorar todas as qualidades que ela tinha e de bandeja te ofertava. As boas risadas, o conteúdo, o vasto gosto por filmes e livros, a vontade por viajar e esse desejo insano de querer mudar o mundo. Talvez você nem faça ideia, mas ela sofreu calada quando via você conversando e paparicando outras; vivia tentando entender porque você não gostava dela o suficiente para torná-la exclusiva. Quis desviar do seu rumo, mas voltava pra sua trilha e rendia-se quando você deixava um oi.Se interessou pela sua vida, te tratava com carinho e sempre acreditou que dentro de você havia um potencial. Brasa esperando um sopro, pássaro que precisa de um empurrão. Ela sofreu com a sua indiferença, com o fato de não lembrar das coisas simples que ela dizia (como o que fazia da vida, ou que curso quer); por procurá-la só nos momentos de interesse e pelas ilusões gratuitas. A perda de tempo, a devoção, por se sentir sentimentalmente usada, por se achar idiota por acreditar que você quem sabe, mudaria. Quis estar sempre por perto, caso você resolve-se aquietar o facho.Até que então ela cansou, a ficha caiu, o encanto quebrou, os olhos ela abriu. Você foi se tornando mais um idiota e ela foi aprendendo com os erros, amadurecendo, descobrindo em quem confiar, se entregando menos. Começou a preservar o que ela tinha, dar valor ao que é e selecionamento melhor quem ter ao lado. Deixando que você fique com suas relações sem envolvimento, suas menininhas pra cada dia e as suas muitas noitadas. Por tratá-la como a mais idiota, que supria suas carências e comia na sua mão, você perdeu a melhor de todas seu babaca.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Então me diga, se você conseguir, o que a gente ganha fazendo de conta que esses por menores não existem? É dado algum tipo de recompensa para quem mente que está tudo bem, sendo que não está? Se você julgar seus problemas pequenos e ignorá-los, eles passam, somem de uma hora pra outra? Porque forçar, eu não consigo mais. Já sustentei, fiquei de pé por um tempo que nem julgava possível, agora mereço ao menos, me sentar. Se não minto e não convenço como atriz, fica a mim destinado o meu próprio entretenimento. Distrair, abstrair, para que se possa diluir isso tudo que anda tão sólido apesar do tempo decorrido. Contudo, quando a gente se preenche com sobras, coisas boas não devem resultar. Como consolo e desculpa, eu digo que fiz minha parte ao tentar, e que o tempo, o destino, o mundo, a vida e Deus me ajudem com o resto. Já que ando sem a mínima vontade de sair, sempre preciso criá-la, inventá-la, para poder fazer uso dessa abstração. Quando você descobre como é o mundo lá fora e como as pessoas são capazes de te tratar - por mais que você faça por elas, para se proteger, ficar em casa pode ser ótimo. Na fase de recuperação pode ser o recomendado. Sou merecedora do direito de ficar deprê por um dia, chorar um pouco, já que não faz parte das minhas obrigações ser feliz sempre. Minha solidão me faz muito bem quando eu a controlo; na dose certa, não há danos. O que eu gosto mesmo, é de deixar minha cama bagunçada, gosto de ver meu quarto bagunçado. Gosto de saber que tem algo bagunçado e que não sou só eu. Gosto de deixar meu armário todo revirado porque é sempre bom ter outra coisa pra arrumar que não seja a sua vida. Gosto de ouvir músicas e imaginar aquelas cenas impossíveis, ou até mesmo de relembrar aquilo que um dia já fez bem, hoje como lembrança, dói um pouco. Mas isso só porque eu sou boba, só porque me permito ser boba. Quem não se permite, não tem esse direito. Gosto de assistir filmes e ver aquele cara que nunca vai aparecer na minha vida com aquele amor inverossímil, só para ter o prazer de assistir a um final feliz. Os meus, Papai Noel ainda não trouxe. Talvez tenham esquecido de mim na distribuição. Isso quando não abro a geladeira e como um doce, pretendendo adoçar todo o resto que anda ora sem gosto, ora amargo; ver se lá dentro encontro o naco capaz de ocupar o vazio que vem, mas nunca vai. Eu sempre busco o impossível, não é mesmo? O possível perde a graça, se enquadra nesse conjunto de regras. Está acessível, ao alcance de nossas mãos, perde o valor, a significância. Também entro em vários livros, com páginas que não me pertencem, tentando achar algo, que no meu livro, não há. Através deles me ocupo, penetro em suas histórias para me distanciar um pouco da minha, com a qual estou entediada. E rezo, quando sinto a alma pesada. Sempre agradeço por todas essas coisas boas que eu tenho e peço muito para que tudo isso que me aborrece e incomoda, não atrapalhe a minha forma de aproveitar o resto. E deitada, viajo por dentro, com meu esboço de mapa, que não serve em nada para quem apenas quer vagar. Tento achar internamente, alguma peçinha que ajeite isso tudo, depressa. Cavoco em busca de mais um punhado de força; escuto o passarinho, que parece me compreender, cantar na minha janela. Pego o violão e tendo, mesmo com os braços doendo, tocar uma música inteira. Quero conseguir terminar alguma coisa, tenho uma coleção de metades. Posso sair com todos os caras, ser a moça mais badalada do momento, e ainda assim, será verdade dizer que tudo por dentro, está igual. Lotar minha agenda e ser a pessoa mais ocupada: ao fim do dia, estarei mais cansada do que terei esquecido. E esquecido do quê? Daquilo que não sei transpor para o concreto, o sentimento enigmático que me acompanha sem permissão. Na busca de decifrá-lo, escrevo. Pois já cansei de falar, não há mais nada que possa ser reproduzido por cordas vocais, apenas pelos dedos. Não creio que exista justiça para os crimes amorosos:corações partidossaem impunes e os indiferentes não são penalizados. E isso nem é culpa do meu país e sua justiça contestada. Por isso tudo, fico sozinha com o meu universo de notas, versos e cenas. Alguns amigos valiosos e uma família de dar orgulho, um cão que late excessivamente e o tempo, a passar. Com o machucado, que vai criar casquinha e depois vai sarar. Se virar cicatriz? Eu escondo. Está na hora do amor chegar no momento certo, e o coração? Ah, este precisa aprender a bater apenas por quem vai ficar.
terça-feira, 15 de maio de 2012
- Acredito que as pessoas nem têm noção do quanto são amadas por outras; elas não fazem a mínima ideia de que antes de dormir, alguém se consome pensando nelas, que durante o dia, alguém não as tira da cabeça e que em todos os assuntos que fala, encontra a pessoa. Por isso acho que você não faça ideia do quanto eu te amei. Você foi o único que eu me permiti e aceitei gostar, o único. Eu sempre tive medo, e critérios, e sempre fui difícil e não me entregava por nada e eu sei que pode ter demorado, mas com você, eu abri mão de tudo isso, e essa foi a primeira (e única?) vez. Te amei antes de dormir, porque eu pensava tanto em ti, que já sonhava e o sorriso no rosto brotava só de haver esperança de no dia seguinte, encontrar você. Com você no mundo, tudo ficava completo, não que tu fosses a razão do meu viver, mas era sim um dos motivos que me colocava disposta e alegre nesse nosso mundinho. Tudo por causa de você, as músicas que eu cantava, os suspiros perdidos e o meu romantismo na potência máxima: até escrevi. Por mais que você não dê a mínima para tudo isso, para mim foi grande coisa. Vou assumir então: errei muito. Não se pode amar demais nos dias de hoje. Querer ficar o dia inteiro colada, é absurdo - mesmo que no total silêncio, apenas juntos. Quanto mais queria me colar em você, mais desgrudávamos; quanto mais queria te conhecer, mas me surpreendia com o novo você. A cada hora que passava eu queria mais de você, mesmo longe de mim, na sua casa, com as suas coisas, eu ainda queria te sentir perto. Nada doentio ou alguma obsessão, mas o bem que você me fazia ficava nas veias, bombeado a cada vez mais pelo coração. Naquela sede de querer acertar em tudo e fazer o encantado acontecer, estraguei tudo. Fui sua demais. Na sua mão, só pra que você pudesse me guardar, no seu coração pra só você amar. Não me amei em nenhum segundo de todos aqueles em que passei te amando. Se você estava em casa, se estava bem e tudo o que a sua volta acontecia, se tornaram as minhas preocupações. Eu amava você demais, e você solto andando na rua, talvez nem fizesse ideia, mas era demais, alto numero na escala dos amores, você no topo. Eu só queria que você fosse feliz e que eu tivesse parcela nessa sua felicidade. Porque te amava demais e te desejava todas as coisas boas; porque via a lua na minha janela e queria que essa vista também te tocasse. Porque eu te amava daquele jeito que não se sabe explicar, e por ser tão indecifrável, a gente sabe que ama. Aquele amor que faz o corpo reagir com a presença do outro e o olho ficar brilhando enquanto conversa, brinca, beija. Aquele amor que ficava maior a cada sílaba proferida, a cada gesto teu que me encantava e que no fundo fazia dizer: que sorte a minha, como te amo. Amor que hoje até faz falta sentir, de tão grande que era e nos envolvia na bolha do mundo perfeito, felicidades mil. Amor que não cabe em fita métrica e mal se delimitava no peito, deixando este florido, acelerado.Te amava tanto, que eu nem sabia como amar - nunca fui boa nisso. Nosso tempo não foi o certo, nossos momentos não deram liga, mas tinha amor demais na gente. Acredito nisso. E aquele foi o tempo em que eu te amei demais, e você da mesma forma me amou. E assim como uma parte sua ainda me ama (mesmo que seja silenciosamente) uma parte minha ainda te ama, mas hoje eu aprendi a me amar mais.
Em um caderno qualquer, de alguma matéria,estava escrito na última folha best friends forever.Eu achei o caderno, com as palavras, só não achei quem escreveu. Antigamente, ter amigos era mais simples; ou ter aquilo que chamávamos de amigos. Podia ser quem brincava conosco, quem conhecíamos na escola e até mesmo, quem muito já detestamos mas depois de algum tempo, passamos a gostar. Como não brinco mais como brincava antes, os amigos também não são os mesmos. Até conservo alguns, que me aguentaram, apoiaram e aprenderam a conviver comigo. Mas hoje eu não chamo qualquer um de amigo, e desconfio muito das pessoas. Eu vejo muito seres, mas a humanidade deles anda em falta, acho que acabou também. Não há nada que não se termine, que não seja mutável e que inclusive, não possa se transformar em vento. E como eu sei disso? Por mim mesma, que não sou aquela que ficou 9 meses na barriga da mamãe. Eu cresci, mudei e aprendi muito. Em nenhum lugar está escrito que eu estou livre de me transformar de novo. Estou propensa a novas mudanças. Assim como os sentimentos, que estão livres para se modificarem. Suponho que se nós mesmos mudamos diarimente, e nunca acordamos iguais - mesmo que a mudança seja insignificante - todo o resto também se altera. Os sentimentos fazem de nós a sua morada, são inconstantes e fortes como nós; são diretos e profundos como nós; confusos e traiçoeiros como nós. Eles nos refletem, nós os espelhamos. O amor acaba sim, dentro do outro e também dentro da gente. Ele muda nos outros, sentimento acostuma, sentimento enjoa, sentimento é humano, é surreal, sentimento é o laço torto dos opostos, é um pedaço nosso vulgarizado ao invés de receber seu valor. Sentimento é vivo, adoece, é quente e pode ter vida própria. Sentir é a forma de interpretar o que está se passando dentro desse emaranhado de coisas simples levadas com tanta seriedade ou ignoradas. É querer respostas, resoluções. Sentidos que liguem tudo o que se passa, justificativas. E ainda assim, perpetua esse desejo de querer um amor para sempre; justo o amor, o sentimento mais doido do mundo, o mais absoluto. Aquela segurança única de que outro alguém ficará ao nosso lado, apesar de intensas brigas; que as mãos irão permanecer unidas mesmo quando não houver mais tantos dentes iluminando o sorriso de ambos; que “até que a morte nos separe” vai ser o nosso lema, o nosso sentimento a nossa segurança, e um vai ser o lar da alma do outro. Acredito que aconteça, mas o pra sempre nunca se juntou a mim, nessa saga onde eu sou mortal, onde minha história é finita. O infinito não se encaixa em minha linha de recomeços, de altos e baixos onde a constância não tem unanimidade. O forever iria me ultrapassar, me deixar para trás. Seria conservado mesmo sem a minha presença, perdendo todo o seu significado sem a minha existência. Por muito tempo, já me deixei cercada pelas ideias de que tudo termina, e como a Tati diz, “Todos vão embora. Se tudo acaba, então, meu Deus, pra que se vive?”. Constatando depois, que a trilha é proveitosa e que é bom que certas coisas não durem para sempre. A música repetitiva enjoa até se tornar repugnante. Não haveria fôlego suficiente para dançar em uma festa interminável; nem nervos de aço que suportassem um briga de duração máxima. Lágrimas secariam nosso corpo em tristes despedidas e nossa vida seria um círculo, não um ciclo: que segue em linha reta, com algumas retornos, dolorosas ou importantes perdas e ganhos mil. Se algo termina, é porque teve a graça de um começo, a realidade em sua duração. Que dói, dói, não gosto de fins. Dessas mortes que ocorrem em vida, que são o pior tipo que tem. Não suporto seguir carregando cadáveres, enterrando o que queria que vivesse, suportando que tenho que deixar partir o que não quer ficar e desistir de terras inférteis. Porém nunca sem tentar sem tentar uma última plantação, investir em algo mesmo sabendo dos riscos em ser um insucesso. Está na hora de entender que as coisas terminam mesmo; que muitas são feitas para ter seu fim, que outras vem com finitude pré-definida. Valorizando mesmo assim, cada dia vivido, dando intensidade aos momentos, vida às páginas. Agradecer por a raiva passar, por a dor amenizar até conhecer seu fim. Prolongar ao máximo aquilo que gostamos e que quando por ventura termina, é por regra geral de que nada é pra sempre, partindo por nós mesmos. Amenizando essa sensação de criança com doce roubado, de pirata com tesouro perdido, porque a vida é vai-e-vem e vamos ter sempre algo nas mãos, mesmo que sejam os dedos. Que o amor sozinho não se basta, é preciso comunhão dos sentimentos amigos, como saudade, admiração, carinho e respeito, que devem ser somados à força de vontade das pessoas, e a luz. Sempre se pensa que o problema é com a gente, que algo em nós mudou o que o outro sente, quando na verdade, é o sentimento que passa por metamorfose, o outro que muda seus interesses e se transforma em descompasso com a nossa mutação. Meu raciocínio agora é outro, e na minha analogia, o sentimento está dentro de nós sempre. Às vezes alguém o acorda, o desperta, mas se a chama enfraquece, ele volta a dormir, podendo inclusive, hibernar. Mas não morre, e outro alguém o ressuscita, o arranca do sono profundo. E sempre será bom enquanto dura, nos mudando enquanto existe, nos tocando sem pudor. E sei que tudo faz parte desses momentos, onde eu posso sim estar feliz, porque ser feliz é muita ganância com a felicidade e um sorriso escravizado ao rosto, sempre é se manter submerso no monótono. O prazeroso mesmo é nadar, tirar proveito de cada remada, se redescobrir em cada mergulho. Sendo que para cada linha, há um ponto; cada capítulo, recebe um arremate, e cada história, merece um gran finale
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