sábado, 19 de maio de 2012
E não é que você foi mesmo ser feliz e me esqueceu? O telefone nunca mais tocou e eu nunca mais recebi notícias, acabou, eu pensei. É isso, cada um vai pro seu lado, tentar sua vida, e quem sabe um dia, mais maduros, nos encaixamos de novo. Mas não, eu tinha que ligar. E eu tô te ligando porque eu preciso tapar esse buraco, esse vazio que ficou da gente. Tô te ligando, porque dentre todos que eu conheço, você é favorito, número que se destaca na minha agenda. Porque bateu uma puta saudade e eu quero escutar o seu silêncio do outro lado da linha ou saber o que você está fazendo, as duas horas da manhã. Eu gosto mesmo de você do jeito que você é (mas odeio o seu cigarro, larga disso), e me sinto bem de ouvir você com suas histórias, eu me sinto viva. Tô ligando pra ti porque eu não quero de jeito nenhum que tu me esqueças e que eu tenha que te esquecer também só pra não deixar você ganhar esse jogo. Tô aqui gastando os meus bônus e chorando igual louca porque eu vi um filme e eles ficaram juntos; eles brigaram e voltaram e você parece ter esquecido o caminho. Tô fazendo o seu telefone tocar e levando a ti a minha voz, pra te dizer que faz um frio danado, que eu ando angustiada e que você do meu lado me abraçando seria o ideal - tipo leite com biscoito que uns tomam pra dormir. Liguei sim, porque dá uma dor aguda na goela dizer que a gente não se vê mais e dói no meu tímpano ouvir que eu já te amei, que te amava. Conjugar o verbo amar em um tempo que não seja o presente ou o futuro me fere muito. E hey, não era pra gente ficar junto, se gostar e se curtir pra sempre? Você já deve ter concluído que não, não acabou. Passou sabe, da validade, porque o amor, o amor a gente nunca sabe quando vai vencer, mas ele estraga, começa a mofar e daí ninguém quer mais. E tô sim, tô chateada por você não gostar mais de mim; pelo visto, amor eterno, só o de mãe, que nos ama desde feto, tolera na puberdade e aguenta nos ver chorando por idiotas. Você é um idiota, mas não te culpo. Eu também esqueci, eu já superei, mas eu sinto falta. Ah e quando eu digo aquele, te cuida, um beijo, eu queria muito dizer, volta, seu infeliz, eu te amo, ainda, eu acho. O que você acha? Você procura alguma coisa? Porque eu procurei sabe, e achei uns caras tão não-você, e eis o problema: você me ensinou a gostar de você, a gostar dessa sua respiração entupida de quem tem carne em excesso dentro do nariz e da sua sobrancelha mais grossa e daí virou padrão de gosto, do meu consumo. Você conta a nossa história por aí assim como eu faço? Sempre que eu conto, as pessoas inclinam a cabeça naquela cara de “ai que amor” e depois me olham com cara de pena, mas eu digo que tá tudo bem, até porque não é mentira, porém eu sinto uma falta, até de sentir falta de ti. E de quando você sente falta de mim. E surge uma saudade de usar o pronome pessoal do caso reto primeira pessoa do plural: nós. Fazer aquela soma entre eu e você que resulta uma mistura louca, só nossa. É, eu sou doente, tô carente, mas queria te dizer tanta coisa, quase tantas coisas quantas quis o Caio no texto “Para uma avenca partindo”. É, eu sei, depois eu esqueço, depois isso passa, é tipo febre, chuva de verão. Também já disse pra eu parar de pensar em você e pensar mais em mim. Eu odeio pensar em você pelo simples fato de que você não pensa em mim, e eu odeio injustiça. No entanto esse meu instinto de me ligar a você ainda persiste e eu penso mesmo assim na falta que faz alguém como você pra me dar as mãos e dizer que chocolate com amendoim é o melhor. O amor pode morrer e pode deixar como herança saudade dos momentos vividos, um carinho especial e boas lembranças,ou ser sovina e não deixar nada. Mas o meu é o primeiro tipo, tenho certeza. Crise, eu sei que é crise, porque você gostava tanto de mim de um jeito que eu não soube e até hoje não sei gostar que tenho saudade de ter alguém pra gostar e alguém que goste de mim. Sim, confuso como eu sempre fui e acho que até ficar velha ranzinza eu serei. Vou desligar agora, nem tenta entender porque o máximo que conseguimos, é aceitar, e deu. Que o melhor venha, pra ambos. Me queira bem.
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