domingo, 27 de maio de 2012
Me vi cega no escuro, sentando em tudo que é muro, sentindo medo do nada, acordando na madrugada. Não era eu ali, eu não era assim. Adaptei-me ao ambiente, temendo ser diferente e, feito um camaleão, camuflei-me. Estava vazia, igual e normal. Não era eu ali, eu não era assim. Certo seria se eu fosse eu e não um camaleão idiota que tem medo de tudo. Certo seria se eu criticasse o amor quando ele por mim passasse, certo seria se eu subisse no palco e recitasse uma poesia, se eu contasse até dez, cem ou mil quando fosse provocada, se eu cantasse sob o chuveiro quente um inglês embaralhado, se eu inventasse palavras e passasse a usá-las no cotidiano, se eu gostasse mais de mim, se eu sonhasse todas as noites, se eu não entendesse piadas e pedisse pra me explicarem. Se eu ouvisse alguém falar algo e mesmo assim fazer cara de “hã?”, aí seria certo, aí seria eu. Acho que estava cansada demais, transbordando, sem espaço pra fazer/ser diferente. Acomodei-me e camuflei-me. Estava normal, como todos. Aceitando tudo, deixando coisas pra amanhã ou para o mês que vem. Estava igual. Igual e patética. Patética sendo normal. Havia me camuflado tanto que não me via mais no espelho do meu quarto. Não era eu ali, eu não era assim.
Sim. Sim, eu te amo. Eu te faço feliz, te dou meu colo como travesseiro e o meu abraço como seu cobertor. Eu te faço sorrir quando você quiser chorar, só vou permitir que lágrimas caiam do seu rosto se for de felicidade, eu nunca vou soltar a sua mão. Eu te protejo. Te levo até um café na cama e te dou morango na boca. Eu te mimo. Eu te cuido até não querer mais, eu tomo as suas dores, eu fico triste quando você fica, eu fico feliz quando você também está. Quero chorar seu choro, sorrir só por te ver sorrir. Vou estar contigo a qualquer momento, vou ser um apoio, um alicerce, um colo. Só pra te dar segurança caso você tropece. Vou brigar com você e depois chorar porque brigamos, vou não-resistir à sua carinha de dengo e vou correndo pros seus braços. Eu vou te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Só confia em mim, meu amor.
Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.
Repórter: Você acredita em Deus?
Camelo: Teve alguém que disse que Deus é um ponto de interrogação. Achei essa imagem bonita. Não acredito em uma figura, mas sim que fazemos parte de uma parada maior, e que ela é incompreensível a nós. (…) Você como observador transforma o objeto observado. Com Deus também é assim. Deus já falou comigo.
Repórter: E falou o quê?
Camelo: Foi uma única vez. Eu tava indo dormir e ouvi do fundo da minha alma. Ele disse: “Faaaaaaaaaaaaz!!!”.
Repórter: Faz o quê?
Camelo: Sei lá, cara. Só sei que eu fiz. Sigo fazendo.
Camelo: Teve alguém que disse que Deus é um ponto de interrogação. Achei essa imagem bonita. Não acredito em uma figura, mas sim que fazemos parte de uma parada maior, e que ela é incompreensível a nós. (…) Você como observador transforma o objeto observado. Com Deus também é assim. Deus já falou comigo.
Repórter: E falou o quê?
Camelo: Foi uma única vez. Eu tava indo dormir e ouvi do fundo da minha alma. Ele disse: “Faaaaaaaaaaaaz!!!”.
Repórter: Faz o quê?
Camelo: Sei lá, cara. Só sei que eu fiz. Sigo fazendo.
Eu que sempre quis tanto, sempre pedi tanto, hoje só peço cinco minutos ao teu lado. Fecho os olhos e rezo à Deus, todas as noites, para que eu possa sentir o teu cheiro e ver o teu sorriso, assim, bem perto. De um jeito que a tua respiração bata em meu rosto e eu escute o teu coração conversar com o meu. De um jeito que o tempo pareça parar durante esses cinco minutos e que em teus braços eu encontre toda a paz que eu procuro durante todos esses dias sem você. De um jeito que o teu olhar me encontre e me faça sorrir como forma de agradecimento à Deus por ter colocado você em minha vida. De um jeito que me faça entender que se não fosse você, não seria ninguém. Que todo esse amor guardado dentro de mim, foi para você. Só para você. E mais ninguém.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Amor... não é à toa que eu te chamo dessa palavra. Pra mim o amor é o teu nome. E eu só queria te lembrar mais uma vez que te amo, eu falo, mas não sei se você sabe disso (deveria saber). Todas as noites antes de dormir, eu peço a Deus pra que te cuide. Que nada de mal venha te acontecer. Eu sei que pode parecer cedo, e sei também que essa distância atrapalha muitas coisas. Como agora... Eu só queria sair dessa monotonia de sempre, e ficar ao teu lado, pra sempre. Esse pra sempre pode ser 1 hora, 1 dia, 1 mês, 1 ano... Só precisava de um tempo com você. Daquelas mordidas que me fazem chorar, e daquele carinho que só você sabe me dar. Eu desejo que a sua noite seja tão linda como foi ao amanhecer quando o sol lhe cumprimentou pela janela e te aqueceu enquanto você colocava as tuas roupas; eu desejo que a tua noite seja tão leve, que você alcance as nuvens e que lá, as estrelas te ninem e te embalem no mais lindo sonho. Eu desejo que a tua noite seja a melhor noite dormida da sua vida, porque todos esses desejos são os que eu quero no meu sonho quando eu dormir hoje. E nos meus sonhos te encontrar.
Eu amo você
Eu amo você
Me ligue as quatro da manhã pra me dizer que queria que eu estivesse aí do seu lado, me mande bilhetes nem que seja com um eu te amo, eu até pensei ‘com um simples eu te amo’ mas vindo de você, nenhum ‘eu te amo’ é simples. Me leve pra sair, me apresente pros seus amigos, me leve pra conhecer seus pais, me diz que eu te faço feliz, diz que sem eu você não vive, diz que você precisa de mim e que quando está longe sente minha falta. Me diz que vai ficar comigo pra sempre, que vai me amar pra sempre, que nunca vai dizer nunca pro nosso amor. Me mima, me suporta. Diz que nunca vai esquecer o cheiro do meu perfume, o som da minha voz, e o tamanho do meu amor. Porque eu digo, te quero pra sempre.
Eu sei que não sei fazer cafuné direito, eu sei que meus gostos não são os melhores, eu sei que tô sempre com o cabelo desarrumado, só atraio confusão e não costumo escolher as melhores coisas. Eu sei que as vezes eu erro, tenho minhas crises existenciais e aquele medo exagerado de perder. Eu sei que de vez em quando eu colo em você, que quando brigo sou criança. Eu sei que minhas piadas não são lá tão engraçadas, que meu humor não é sempre dos melhores e que meu jeito é todo desajeitado. Eu sei que sou torta, do avesso e as vezes idiota pra caralho. Mas por favor, não desiste de mim não. A gente combina, pode acreditar. Vai dar certo. Tem de ter, pelo menos, um motivo pros meus dedos encaixarem tanto nos teus. Agora, pelo menos dessa vez, eu vou fazer com que dê tudo certo. Confia em mim. Mas por favor, não desiste desse meu jeito desajeitado de ser.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Ventania forte, delatada por galhos secos agressivos batendo na grande janela de vidro. A madrugada vai se agonizando em sombras com o passar das horas. O céu parece estar tão perto, ao fácil alcance de meus olhos cansados. No chão de meu quarto pode se encontrar o meu corpo deitado, jogado pelo longo tapete preto de barbante, ao lado de minha destra há uma garrafa de vinho, que fora um inútil álibi pra uma tentativa de distração, que por um pequeno e ingênuo momento, achei que embriagando-me com generosas doses de álcool, poderia me fizer desligar a mente das preocupações e tormentos que enfestam minhas cabeça e alimentam minha —já rotineira— insônia; Claridades podem se ver, em reflexos ligeiros de relâmpagos distantes, tão distantes que nem se pode ouvir seus trovões ecoarem pelas campinas das cercanias daqui, e mesmo que chegasse aos meus tímpanos o barulho mais estrondoso do mundo, ainda sim não me perturbaria tanto quanto o silêncio que existe dentro de mim. Silêncio. Vazio. Uma bolha sem ar; Hipnose, êxtase, alma rasgada. Sinto meu corpo quente, mas minha pele está gélida como o mármore de um sepulcro. Meus olhos estão abertos, mas meu sentido de visão não reage a nada. Estou deitado, olhando para o teto iluminado pelos raios que já não são tão fortes… Eu, aqui, mas é como se não estivesse. Nasci, cresci, mas é como se já estivesse morto —talvez estivesse—, morrendo cada vez mais, a cada suspiro, pois a pressa de viver é o alívio dos fracos, e a paciência pelo fim é a virtude dos sábios. Na verdade, eu não tenho pressa de morrer, desde que depois disso eu tenha paz e possa dormir —pra sempre— sem medo de acordar para viver pesadelos reais, que brutalizam toda e qualquer vontade que tenho de me levantar desse chão para ser mais um fantoche alienado, vagando pela face mundo buscando respostas para filosofias baratas e tolas.
O chão é frio e me conforta, a vontade de permanecer aqui é absoluta, e não há nada nessa vida mais forte pra mim do que a vontade de morrer, ou qualquer coisa que me tire da vida, que seja bem longe disso tudo que faço parte todos os dias.
[…]
Fechei os olhos, e morri, de novo, mais uma vez, mais uma noite, mais uma vida.
O chão é frio e me conforta, a vontade de permanecer aqui é absoluta, e não há nada nessa vida mais forte pra mim do que a vontade de morrer, ou qualquer coisa que me tire da vida, que seja bem longe disso tudo que faço parte todos os dias.
[…]
Fechei os olhos, e morri, de novo, mais uma vez, mais uma noite, mais uma vida.
sábado, 19 de maio de 2012
Você me tem fácil demais mas não parece capaz de cuidar do que seu.Você me olhou e me propôs que te esquecesse,para eu nunca mais lembrar do que um dia tivemos juntos.Me disse vai e eu não fui.Você me diz que eu sou toda errada mas não procura me entender.Fala para devolver aquela sua camisa que você me emprestou e toda vez que a cheiro sinto o seu cheiro do seu perfume,estou fadada a sonhar acordada pensando em te ver sorrir.Tudo bem eu vou embora mas não peça para voltar porque quando eu disser adeus eu não voltarei e me jogarei aos seus braços.
Para evitar tudo aquilo que me faz mau, faço silêncio,fico quieta. Respeitando a opinião dos outros, fecho a boca. Com a cabeça quente, perco a voz. Chateada, emudeço, que é pra não chorar. Triste, me calo por fora enquanto palestro por dentro. Se não sinto o que por mim sentem, não retribuo os dizeres, não minto ou falsifico intensidades. Se vinha voz se faz ausente, estranhe, pois em verdade, não nasci pra ser calada,nasci para falar e me expressar sem medo de críticas. Silêncio fora de hora se faz atípico para quem vive matraqueando, falando pelos cotovelos ou cantarolando. Porém, torno-me muda em alguns momentos e constato que o silêncio é bem-vindo sim, e faz até bem. Compartilho solidões comigo mesma, e aproveito um tempo, comigo mesmo para por em ordem a bagunçinha que eu costumo fazer dentro de mim. Conversa demais traz fofoca, faz intriga; sabemos demais da vida alheia quando mal desvendamos a nós mesmos. Tem papo que não acrescenta, assunto que não vale o tempo; palavra que machuca muito, verdade que arde da boca pra fora ouvido pra dentro. Novidade de quem deve ficar no passado; comentário maldoso, palavra torta, incompreendida; que estas não cheguem aos meus ouvidos e tampouco eu as espalhe. Calada sim, pois dizer o que te machuca só porque acordei com a pá virada, não é justo. Silenciosa, pra velar a dorzinha aguda que fincou por dentro. Com sono, cansada, indisposta, quietinha. Muda, pra não deixar que minhas palavras estragassem o que ficou de nós; para não comprometer qualquer relacionamento futuro ou encontro casual no mercado; para não encabular a ambos com esse meu sentimentalismo que escapa pela boca. Para não finar nosso acordo de vez, emudeço; evitando estragar amizades com verdades que mais ferem do que mudam alguma coisa certos defeitos podemos aceitar, assim como aceitam os nossos. Com os lábios unidos e ouvidos abertos, para absorver o saber dos outros e assentir com a cabeça quando concordar. Descobrir nas palavras alheias um conforto, conselho valiosos, histórias que sabem confortar. Quieta para ouvir sermão, mesmo quando a fera que adora revidar tenta se libertar do corpo; erro sim, e é bom ouvir e saber onde pequei, reconhecer-me errada e aceitar as tantas mancadas, deixar de lado a minha pretensão de ter sempre razão, dar a língua a torcer.Calada para não falar tudo o que o peito abafa, para não assustar desavisados e não acostumados a intensidade verborrágica que possuo; pra não falar tudo o que sinto, que costuma ser muito, e assim não acabar pondo medo em quem não entende que eu mais sinto do que penso e por isso falo na maior das ingenuidades.Muda, pois nem todos merecem minhas palavras, meus conselhos, avisos e carinho vocal. São poucos os dignos de minhas confissões, segredos e das tantas esquisitices que verbalmente deixo escapar. Quieta pra não falar e arrepender depois em situações que não possuem voltas, machucados que depois de feitos, se tornam cicatrizes. Sem deixar a fúria escapara pela boca e mexer os dedos, engulo. Pra não morrer pela boca e apanhar com o coração, fico quieta.
E não é que você foi mesmo ser feliz e me esqueceu? O telefone nunca mais tocou e eu nunca mais recebi notícias, acabou, eu pensei. É isso, cada um vai pro seu lado, tentar sua vida, e quem sabe um dia, mais maduros, nos encaixamos de novo. Mas não, eu tinha que ligar. E eu tô te ligando porque eu preciso tapar esse buraco, esse vazio que ficou da gente. Tô te ligando, porque dentre todos que eu conheço, você é favorito, número que se destaca na minha agenda. Porque bateu uma puta saudade e eu quero escutar o seu silêncio do outro lado da linha ou saber o que você está fazendo, as duas horas da manhã. Eu gosto mesmo de você do jeito que você é (mas odeio o seu cigarro, larga disso), e me sinto bem de ouvir você com suas histórias, eu me sinto viva. Tô ligando pra ti porque eu não quero de jeito nenhum que tu me esqueças e que eu tenha que te esquecer também só pra não deixar você ganhar esse jogo. Tô aqui gastando os meus bônus e chorando igual louca porque eu vi um filme e eles ficaram juntos; eles brigaram e voltaram e você parece ter esquecido o caminho. Tô fazendo o seu telefone tocar e levando a ti a minha voz, pra te dizer que faz um frio danado, que eu ando angustiada e que você do meu lado me abraçando seria o ideal - tipo leite com biscoito que uns tomam pra dormir. Liguei sim, porque dá uma dor aguda na goela dizer que a gente não se vê mais e dói no meu tímpano ouvir que eu já te amei, que te amava. Conjugar o verbo amar em um tempo que não seja o presente ou o futuro me fere muito. E hey, não era pra gente ficar junto, se gostar e se curtir pra sempre? Você já deve ter concluído que não, não acabou. Passou sabe, da validade, porque o amor, o amor a gente nunca sabe quando vai vencer, mas ele estraga, começa a mofar e daí ninguém quer mais. E tô sim, tô chateada por você não gostar mais de mim; pelo visto, amor eterno, só o de mãe, que nos ama desde feto, tolera na puberdade e aguenta nos ver chorando por idiotas. Você é um idiota, mas não te culpo. Eu também esqueci, eu já superei, mas eu sinto falta. Ah e quando eu digo aquele, te cuida, um beijo, eu queria muito dizer, volta, seu infeliz, eu te amo, ainda, eu acho. O que você acha? Você procura alguma coisa? Porque eu procurei sabe, e achei uns caras tão não-você, e eis o problema: você me ensinou a gostar de você, a gostar dessa sua respiração entupida de quem tem carne em excesso dentro do nariz e da sua sobrancelha mais grossa e daí virou padrão de gosto, do meu consumo. Você conta a nossa história por aí assim como eu faço? Sempre que eu conto, as pessoas inclinam a cabeça naquela cara de “ai que amor” e depois me olham com cara de pena, mas eu digo que tá tudo bem, até porque não é mentira, porém eu sinto uma falta, até de sentir falta de ti. E de quando você sente falta de mim. E surge uma saudade de usar o pronome pessoal do caso reto primeira pessoa do plural: nós. Fazer aquela soma entre eu e você que resulta uma mistura louca, só nossa. É, eu sou doente, tô carente, mas queria te dizer tanta coisa, quase tantas coisas quantas quis o Caio no texto “Para uma avenca partindo”. É, eu sei, depois eu esqueço, depois isso passa, é tipo febre, chuva de verão. Também já disse pra eu parar de pensar em você e pensar mais em mim. Eu odeio pensar em você pelo simples fato de que você não pensa em mim, e eu odeio injustiça. No entanto esse meu instinto de me ligar a você ainda persiste e eu penso mesmo assim na falta que faz alguém como você pra me dar as mãos e dizer que chocolate com amendoim é o melhor. O amor pode morrer e pode deixar como herança saudade dos momentos vividos, um carinho especial e boas lembranças,ou ser sovina e não deixar nada. Mas o meu é o primeiro tipo, tenho certeza. Crise, eu sei que é crise, porque você gostava tanto de mim de um jeito que eu não soube e até hoje não sei gostar que tenho saudade de ter alguém pra gostar e alguém que goste de mim. Sim, confuso como eu sempre fui e acho que até ficar velha ranzinza eu serei. Vou desligar agora, nem tenta entender porque o máximo que conseguimos, é aceitar, e deu. Que o melhor venha, pra ambos. Me queira bem.
Foi ela quem te ligou pra saber se a sua dor de cabeça já passou; se você resolveu o assunto e finalmente mandou fazer os seus óculos. Sim, ela, a mais idiota. Que ainda te espera, te escreve, te lembra, te sonha, te quer. A mais idiota, pois te procura ao invés de deixar pra lá, que te liga depois de meses pra dizer que saudade ainda há. Te procurou pra conversar, desejou boa sorte no seu jogo e disse pra você se cuidar. Mandou mensagem dizendo que sentia saudade e queria te ver bem. Te consolou quando você achava que o mundo conspirava contra você e disse que não quando você se autointitulou um imbecil por sempre tomar as decisões erradas. Comprou um livro e corrigiu quando você disse “pra mim ler”. Levou um lanche no seu trabalho e depois te convidou pra um suco, um sorvete, uma volta. Ficou preocupada com a sua tosse e disse que aquela calça xadrez só fica bonita com blusas neutras. Sem você pedir, gravou seu show favorito, fez um bilhete bonito e entregou junto com o seu presente - de aniversário, que ela foi. Fez você comer um doce quando o nível etílico do seu sangue já era um risco; te mandou ir ao médico pela sua anemia. Indignou-se com o desleixo da sua mãe, com as palavras ríspidas do seu chefe e ficou enciumada com os elogios de umas aí. Disse pra você que tudo ficaria bem e realmente não sossegou até que você ao menos sorrisse. Te esperou enquanto você saia pra curtir com seus amigos e achava que a hora que quisesse e sentisse falta, poderia vê-la. Era ela quem estava do seu lado pra tudo, mas quando você bem entendia. A mais idiota de todas recebia as suas mensagens e se iludia; sofria com a sua ausência, mas ao te ver, esquecia. Amava quando você ria alto e o jeito como arrumava o cabelo sempre que via um espelho. Foi grude sim, mas só pra não te perder de vista - é isso que acontece quando achamos alguém especial, queremos sempre. Disse tudo o que sentia e não te poupou de palavras carinhosas: ela é assim com quem gosta. Os outros devem saber tudo o que pra nos representam. Você se sentia muito seguro, em suas idas e vindas, ela não deixava brechas, não olhava para os lados. Idiota. Vivia uma semana sozinha em meio a seus compromissos, mas você sempre sabia que a hora que quisesse, roubaria a sua atenção por horas, o mundo dela parava. Por ser tão idiota, não via a malícia por trás das suas saudades e na maior das ingenuidades achava que haveria romances nos seus quero te ver.Romântica demais, e por isso você a achava boba. Sentimental, o que lhe fazia se distanciar, preso no medo de se envolver e ter alguém que te conhece como a palma da mão. Você soube fugir e ficar com mais quinze, só pra não sentir saudade, só pra não sofrer com a falta. Conhecer várias apenas pra ignorar todas as qualidades que ela tinha e de bandeja te ofertava. As boas risadas, o conteúdo, o vasto gosto por filmes e livros, a vontade por viajar e esse desejo insano de querer mudar o mundo. Talvez você nem faça ideia, mas ela sofreu calada quando via você conversando e paparicando outras; vivia tentando entender porque você não gostava dela o suficiente para torná-la exclusiva. Quis desviar do seu rumo, mas voltava pra sua trilha e rendia-se quando você deixava um oi.Se interessou pela sua vida, te tratava com carinho e sempre acreditou que dentro de você havia um potencial. Brasa esperando um sopro, pássaro que precisa de um empurrão. Ela sofreu com a sua indiferença, com o fato de não lembrar das coisas simples que ela dizia (como o que fazia da vida, ou que curso quer); por procurá-la só nos momentos de interesse e pelas ilusões gratuitas. A perda de tempo, a devoção, por se sentir sentimentalmente usada, por se achar idiota por acreditar que você quem sabe, mudaria. Quis estar sempre por perto, caso você resolve-se aquietar o facho.Até que então ela cansou, a ficha caiu, o encanto quebrou, os olhos ela abriu. Você foi se tornando mais um idiota e ela foi aprendendo com os erros, amadurecendo, descobrindo em quem confiar, se entregando menos. Começou a preservar o que ela tinha, dar valor ao que é e selecionamento melhor quem ter ao lado. Deixando que você fique com suas relações sem envolvimento, suas menininhas pra cada dia e as suas muitas noitadas. Por tratá-la como a mais idiota, que supria suas carências e comia na sua mão, você perdeu a melhor de todas seu babaca.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Então me diga, se você conseguir, o que a gente ganha fazendo de conta que esses por menores não existem? É dado algum tipo de recompensa para quem mente que está tudo bem, sendo que não está? Se você julgar seus problemas pequenos e ignorá-los, eles passam, somem de uma hora pra outra? Porque forçar, eu não consigo mais. Já sustentei, fiquei de pé por um tempo que nem julgava possível, agora mereço ao menos, me sentar. Se não minto e não convenço como atriz, fica a mim destinado o meu próprio entretenimento. Distrair, abstrair, para que se possa diluir isso tudo que anda tão sólido apesar do tempo decorrido. Contudo, quando a gente se preenche com sobras, coisas boas não devem resultar. Como consolo e desculpa, eu digo que fiz minha parte ao tentar, e que o tempo, o destino, o mundo, a vida e Deus me ajudem com o resto. Já que ando sem a mínima vontade de sair, sempre preciso criá-la, inventá-la, para poder fazer uso dessa abstração. Quando você descobre como é o mundo lá fora e como as pessoas são capazes de te tratar - por mais que você faça por elas, para se proteger, ficar em casa pode ser ótimo. Na fase de recuperação pode ser o recomendado. Sou merecedora do direito de ficar deprê por um dia, chorar um pouco, já que não faz parte das minhas obrigações ser feliz sempre. Minha solidão me faz muito bem quando eu a controlo; na dose certa, não há danos. O que eu gosto mesmo, é de deixar minha cama bagunçada, gosto de ver meu quarto bagunçado. Gosto de saber que tem algo bagunçado e que não sou só eu. Gosto de deixar meu armário todo revirado porque é sempre bom ter outra coisa pra arrumar que não seja a sua vida. Gosto de ouvir músicas e imaginar aquelas cenas impossíveis, ou até mesmo de relembrar aquilo que um dia já fez bem, hoje como lembrança, dói um pouco. Mas isso só porque eu sou boba, só porque me permito ser boba. Quem não se permite, não tem esse direito. Gosto de assistir filmes e ver aquele cara que nunca vai aparecer na minha vida com aquele amor inverossímil, só para ter o prazer de assistir a um final feliz. Os meus, Papai Noel ainda não trouxe. Talvez tenham esquecido de mim na distribuição. Isso quando não abro a geladeira e como um doce, pretendendo adoçar todo o resto que anda ora sem gosto, ora amargo; ver se lá dentro encontro o naco capaz de ocupar o vazio que vem, mas nunca vai. Eu sempre busco o impossível, não é mesmo? O possível perde a graça, se enquadra nesse conjunto de regras. Está acessível, ao alcance de nossas mãos, perde o valor, a significância. Também entro em vários livros, com páginas que não me pertencem, tentando achar algo, que no meu livro, não há. Através deles me ocupo, penetro em suas histórias para me distanciar um pouco da minha, com a qual estou entediada. E rezo, quando sinto a alma pesada. Sempre agradeço por todas essas coisas boas que eu tenho e peço muito para que tudo isso que me aborrece e incomoda, não atrapalhe a minha forma de aproveitar o resto. E deitada, viajo por dentro, com meu esboço de mapa, que não serve em nada para quem apenas quer vagar. Tento achar internamente, alguma peçinha que ajeite isso tudo, depressa. Cavoco em busca de mais um punhado de força; escuto o passarinho, que parece me compreender, cantar na minha janela. Pego o violão e tendo, mesmo com os braços doendo, tocar uma música inteira. Quero conseguir terminar alguma coisa, tenho uma coleção de metades. Posso sair com todos os caras, ser a moça mais badalada do momento, e ainda assim, será verdade dizer que tudo por dentro, está igual. Lotar minha agenda e ser a pessoa mais ocupada: ao fim do dia, estarei mais cansada do que terei esquecido. E esquecido do quê? Daquilo que não sei transpor para o concreto, o sentimento enigmático que me acompanha sem permissão. Na busca de decifrá-lo, escrevo. Pois já cansei de falar, não há mais nada que possa ser reproduzido por cordas vocais, apenas pelos dedos. Não creio que exista justiça para os crimes amorosos:corações partidossaem impunes e os indiferentes não são penalizados. E isso nem é culpa do meu país e sua justiça contestada. Por isso tudo, fico sozinha com o meu universo de notas, versos e cenas. Alguns amigos valiosos e uma família de dar orgulho, um cão que late excessivamente e o tempo, a passar. Com o machucado, que vai criar casquinha e depois vai sarar. Se virar cicatriz? Eu escondo. Está na hora do amor chegar no momento certo, e o coração? Ah, este precisa aprender a bater apenas por quem vai ficar.
terça-feira, 15 de maio de 2012
- Acredito que as pessoas nem têm noção do quanto são amadas por outras; elas não fazem a mínima ideia de que antes de dormir, alguém se consome pensando nelas, que durante o dia, alguém não as tira da cabeça e que em todos os assuntos que fala, encontra a pessoa. Por isso acho que você não faça ideia do quanto eu te amei. Você foi o único que eu me permiti e aceitei gostar, o único. Eu sempre tive medo, e critérios, e sempre fui difícil e não me entregava por nada e eu sei que pode ter demorado, mas com você, eu abri mão de tudo isso, e essa foi a primeira (e única?) vez. Te amei antes de dormir, porque eu pensava tanto em ti, que já sonhava e o sorriso no rosto brotava só de haver esperança de no dia seguinte, encontrar você. Com você no mundo, tudo ficava completo, não que tu fosses a razão do meu viver, mas era sim um dos motivos que me colocava disposta e alegre nesse nosso mundinho. Tudo por causa de você, as músicas que eu cantava, os suspiros perdidos e o meu romantismo na potência máxima: até escrevi. Por mais que você não dê a mínima para tudo isso, para mim foi grande coisa. Vou assumir então: errei muito. Não se pode amar demais nos dias de hoje. Querer ficar o dia inteiro colada, é absurdo - mesmo que no total silêncio, apenas juntos. Quanto mais queria me colar em você, mais desgrudávamos; quanto mais queria te conhecer, mas me surpreendia com o novo você. A cada hora que passava eu queria mais de você, mesmo longe de mim, na sua casa, com as suas coisas, eu ainda queria te sentir perto. Nada doentio ou alguma obsessão, mas o bem que você me fazia ficava nas veias, bombeado a cada vez mais pelo coração. Naquela sede de querer acertar em tudo e fazer o encantado acontecer, estraguei tudo. Fui sua demais. Na sua mão, só pra que você pudesse me guardar, no seu coração pra só você amar. Não me amei em nenhum segundo de todos aqueles em que passei te amando. Se você estava em casa, se estava bem e tudo o que a sua volta acontecia, se tornaram as minhas preocupações. Eu amava você demais, e você solto andando na rua, talvez nem fizesse ideia, mas era demais, alto numero na escala dos amores, você no topo. Eu só queria que você fosse feliz e que eu tivesse parcela nessa sua felicidade. Porque te amava demais e te desejava todas as coisas boas; porque via a lua na minha janela e queria que essa vista também te tocasse. Porque eu te amava daquele jeito que não se sabe explicar, e por ser tão indecifrável, a gente sabe que ama. Aquele amor que faz o corpo reagir com a presença do outro e o olho ficar brilhando enquanto conversa, brinca, beija. Aquele amor que ficava maior a cada sílaba proferida, a cada gesto teu que me encantava e que no fundo fazia dizer: que sorte a minha, como te amo. Amor que hoje até faz falta sentir, de tão grande que era e nos envolvia na bolha do mundo perfeito, felicidades mil. Amor que não cabe em fita métrica e mal se delimitava no peito, deixando este florido, acelerado.Te amava tanto, que eu nem sabia como amar - nunca fui boa nisso. Nosso tempo não foi o certo, nossos momentos não deram liga, mas tinha amor demais na gente. Acredito nisso. E aquele foi o tempo em que eu te amei demais, e você da mesma forma me amou. E assim como uma parte sua ainda me ama (mesmo que seja silenciosamente) uma parte minha ainda te ama, mas hoje eu aprendi a me amar mais.
Em um caderno qualquer, de alguma matéria,estava escrito na última folha best friends forever.Eu achei o caderno, com as palavras, só não achei quem escreveu. Antigamente, ter amigos era mais simples; ou ter aquilo que chamávamos de amigos. Podia ser quem brincava conosco, quem conhecíamos na escola e até mesmo, quem muito já detestamos mas depois de algum tempo, passamos a gostar. Como não brinco mais como brincava antes, os amigos também não são os mesmos. Até conservo alguns, que me aguentaram, apoiaram e aprenderam a conviver comigo. Mas hoje eu não chamo qualquer um de amigo, e desconfio muito das pessoas. Eu vejo muito seres, mas a humanidade deles anda em falta, acho que acabou também. Não há nada que não se termine, que não seja mutável e que inclusive, não possa se transformar em vento. E como eu sei disso? Por mim mesma, que não sou aquela que ficou 9 meses na barriga da mamãe. Eu cresci, mudei e aprendi muito. Em nenhum lugar está escrito que eu estou livre de me transformar de novo. Estou propensa a novas mudanças. Assim como os sentimentos, que estão livres para se modificarem. Suponho que se nós mesmos mudamos diarimente, e nunca acordamos iguais - mesmo que a mudança seja insignificante - todo o resto também se altera. Os sentimentos fazem de nós a sua morada, são inconstantes e fortes como nós; são diretos e profundos como nós; confusos e traiçoeiros como nós. Eles nos refletem, nós os espelhamos. O amor acaba sim, dentro do outro e também dentro da gente. Ele muda nos outros, sentimento acostuma, sentimento enjoa, sentimento é humano, é surreal, sentimento é o laço torto dos opostos, é um pedaço nosso vulgarizado ao invés de receber seu valor. Sentimento é vivo, adoece, é quente e pode ter vida própria. Sentir é a forma de interpretar o que está se passando dentro desse emaranhado de coisas simples levadas com tanta seriedade ou ignoradas. É querer respostas, resoluções. Sentidos que liguem tudo o que se passa, justificativas. E ainda assim, perpetua esse desejo de querer um amor para sempre; justo o amor, o sentimento mais doido do mundo, o mais absoluto. Aquela segurança única de que outro alguém ficará ao nosso lado, apesar de intensas brigas; que as mãos irão permanecer unidas mesmo quando não houver mais tantos dentes iluminando o sorriso de ambos; que “até que a morte nos separe” vai ser o nosso lema, o nosso sentimento a nossa segurança, e um vai ser o lar da alma do outro. Acredito que aconteça, mas o pra sempre nunca se juntou a mim, nessa saga onde eu sou mortal, onde minha história é finita. O infinito não se encaixa em minha linha de recomeços, de altos e baixos onde a constância não tem unanimidade. O forever iria me ultrapassar, me deixar para trás. Seria conservado mesmo sem a minha presença, perdendo todo o seu significado sem a minha existência. Por muito tempo, já me deixei cercada pelas ideias de que tudo termina, e como a Tati diz, “Todos vão embora. Se tudo acaba, então, meu Deus, pra que se vive?”. Constatando depois, que a trilha é proveitosa e que é bom que certas coisas não durem para sempre. A música repetitiva enjoa até se tornar repugnante. Não haveria fôlego suficiente para dançar em uma festa interminável; nem nervos de aço que suportassem um briga de duração máxima. Lágrimas secariam nosso corpo em tristes despedidas e nossa vida seria um círculo, não um ciclo: que segue em linha reta, com algumas retornos, dolorosas ou importantes perdas e ganhos mil. Se algo termina, é porque teve a graça de um começo, a realidade em sua duração. Que dói, dói, não gosto de fins. Dessas mortes que ocorrem em vida, que são o pior tipo que tem. Não suporto seguir carregando cadáveres, enterrando o que queria que vivesse, suportando que tenho que deixar partir o que não quer ficar e desistir de terras inférteis. Porém nunca sem tentar sem tentar uma última plantação, investir em algo mesmo sabendo dos riscos em ser um insucesso. Está na hora de entender que as coisas terminam mesmo; que muitas são feitas para ter seu fim, que outras vem com finitude pré-definida. Valorizando mesmo assim, cada dia vivido, dando intensidade aos momentos, vida às páginas. Agradecer por a raiva passar, por a dor amenizar até conhecer seu fim. Prolongar ao máximo aquilo que gostamos e que quando por ventura termina, é por regra geral de que nada é pra sempre, partindo por nós mesmos. Amenizando essa sensação de criança com doce roubado, de pirata com tesouro perdido, porque a vida é vai-e-vem e vamos ter sempre algo nas mãos, mesmo que sejam os dedos. Que o amor sozinho não se basta, é preciso comunhão dos sentimentos amigos, como saudade, admiração, carinho e respeito, que devem ser somados à força de vontade das pessoas, e a luz. Sempre se pensa que o problema é com a gente, que algo em nós mudou o que o outro sente, quando na verdade, é o sentimento que passa por metamorfose, o outro que muda seus interesses e se transforma em descompasso com a nossa mutação. Meu raciocínio agora é outro, e na minha analogia, o sentimento está dentro de nós sempre. Às vezes alguém o acorda, o desperta, mas se a chama enfraquece, ele volta a dormir, podendo inclusive, hibernar. Mas não morre, e outro alguém o ressuscita, o arranca do sono profundo. E sempre será bom enquanto dura, nos mudando enquanto existe, nos tocando sem pudor. E sei que tudo faz parte desses momentos, onde eu posso sim estar feliz, porque ser feliz é muita ganância com a felicidade e um sorriso escravizado ao rosto, sempre é se manter submerso no monótono. O prazeroso mesmo é nadar, tirar proveito de cada remada, se redescobrir em cada mergulho. Sendo que para cada linha, há um ponto; cada capítulo, recebe um arremate, e cada história, merece um gran finale
Agora tudo o que posso fazer é apreciar o silêncio, já que descobri que não sou capaz de conviver com alguém. Não tenho habilidades para ouvir as pessoas ou ser feliz ao lado delas. E é assim que eu me sinto, desconfortável, quando estou na presença de alguém, principalmente das pessoas que acham que me conhecem à muito tempo, me sinto cada vez mais distante dos rostos familiares.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Eu juro que um dia entendo como pode alguém me fazer tão bem. Como pode alguém ter um sorriso tão lindo, e um par de olhos que quando repousa no meu dispensa qualquer palavra. Como pode alguém ter um cheiro na nuca que sabe fazer o meu coração respirar, em paz. Eu juro que um dia entendo como pode alguém despertar tanto amor em mim, e me fazer tão feliz… Só por estar aqui, ó. Dentro de mim.
Afasta o que te machuca. Reaproxima o que te faz bem.
Vamos, não chores. A infância está perdida, a mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu. O primeiro amor passou, o segundo amor passou, o terceiro amor passou. Mas o coração continua. Perdeste o melhor amigo, não tentaste qualquer viagem, não possuis carro, navio, terra. Mas tens um cão. Algumas palavras duras, em voz mansa, te golpearam. Nunca, nunca cicatrizam. Mas, e o humor? A injustiça não se resolve. À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros. Tudo somado, devias precipitar-te, de vez, nas águas. Estás nu na areia, no vento… Dorme, meu filho.
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